"Prefiro morrer de pé do que viver de joelhos", disse diretor de jornal

A propósito do ataque de novembro de 2011 que destruído os escritórios do jornal satírico, o diretor do Charlie Hebdo afirmou, à data, que preferia "morrer de pé do que viver de joelhos”. Pouco mais de três anos depois, ‘Charb’ perdeu a vida nas mãos de islamitas.

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Notícias Ao Minuto
08/01/2015 07:31 ‧ 08/01/2015 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Charlie Hebdo

Desde 2013 que estava na lista das pessoas mais procuradas pela Al-Qaeda. O diretor do Charlie Hebdo foi uma das 12 pessoas que, esta quarta-feira, perderam a vida no ataque terrorista à redação do jornal satírico que dirigia.

Stéphane Charbonnier, mais conhecido por ‘Charb’, tinha como lema a resiliência e nada o podia abalar. A liberdade de expressão e de imprensa não seriam postas em causa, viessem as ameaças que viessem.

E não foram poucas. Desde o seu nascimento, em 1960, o Charlie Hebdo foi alvo de vários ataques e os seus jornalistas recebiam com frequência ameaças de morte. "Não tenho filhos, mulher, carro ou cartão de crédito. É um pouco pomposo o que vou dizer, mas prefiro morrer de pé do que viver de joelhos", disse o seu diretor, a propósito de um ataque com cocktails molotov que destruiu as instalações do jornal em novembro de 2011.

Na origem deste incidente este a publicação de 12 cartoons de Maomé, que tinham sido divulgados por um jornal dinamarquês. Uma semana depois, já o Charlie Hebdo estava nas bancas, com a resposta: a caricatura de um redator a beijar um muçulmano com a inscrição ‘O amor é mais forte que o ódio’.

“Um desenho nunca matou ninguém”. Até porque para atacar, “os extremistas não precisam de desculpas”. Estes eram alguns dos argumentos de que se valia para nunca deixar cair a liberdade de expressão e de imprensa.

Aos 47 anos, Stéphane Charbonnier perdeu a vida. ‘De pé’, como sempre desejou.

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