Desde 2013 que estava na lista das pessoas mais procuradas pela Al-Qaeda. O diretor do Charlie Hebdo foi uma das 12 pessoas que, esta quarta-feira, perderam a vida no ataque terrorista à redação do jornal satírico que dirigia.
Stéphane Charbonnier, mais conhecido por ‘Charb’, tinha como lema a resiliência e nada o podia abalar. A liberdade de expressão e de imprensa não seriam postas em causa, viessem as ameaças que viessem.
E não foram poucas. Desde o seu nascimento, em 1960, o Charlie Hebdo foi alvo de vários ataques e os seus jornalistas recebiam com frequência ameaças de morte. "Não tenho filhos, mulher, carro ou cartão de crédito. É um pouco pomposo o que vou dizer, mas prefiro morrer de pé do que viver de joelhos", disse o seu diretor, a propósito de um ataque com cocktails molotov que destruiu as instalações do jornal em novembro de 2011.
Na origem deste incidente este a publicação de 12 cartoons de Maomé, que tinham sido divulgados por um jornal dinamarquês. Uma semana depois, já o Charlie Hebdo estava nas bancas, com a resposta: a caricatura de um redator a beijar um muçulmano com a inscrição ‘O amor é mais forte que o ódio’.
“Um desenho nunca matou ninguém”. Até porque para atacar, “os extremistas não precisam de desculpas”. Estes eram alguns dos argumentos de que se valia para nunca deixar cair a liberdade de expressão e de imprensa.
Aos 47 anos, Stéphane Charbonnier perdeu a vida. ‘De pé’, como sempre desejou.