Na quarta-feira, em estado de choque e ainda no local do massacre no Charlie Hebdo, a cartoonista tinha dado o primeiro testemunho ao jornal l'Humanité: "Tinha ido buscar a minha filha ao jardim-de-infância e ao chegar diante da porta do prédio do jornal, dois homens encapuzados e armados ameaçaram-nos de forma brutal. Eles queriam entrar, subir".
"Digitei o código. Eles dispararam sobre Wolinski, Cabu. Durou cinco minutos. Refugiei-me debaixo de uma secretária... Eles falavam perfeitamente francês e reivindicavam ser da Al-Qaeda", transcrevia o l'Humanité.
França registou, desde quarta-feira, três incidentes violentos, que começaram com o atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos.
Os dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se barricaram.
Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já "uma conexão" entre os dois jihadistas suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.
Na sexta-feira, ao fim da manhã, pelo menos quatro pessoas foram mortas numa loja kosher (judaica) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi igualmente morto durante a operação policial.