As posições do chefe do governo açoriano, Vasco Cordeiro, foram assumidas em conferência de imprensa depois de uma audiência de pouco mais de uma hora com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na residência oficial, em São Bento.
Questionado sobre as declarações que fez no final de uma audiência com o Presidente da República, em que disse que era preciso evitar "qualquer suspeição" de uma troca de contrapartidas militares entre Portugal e os Estados Unidos, Vasco Cordeiro disse manter as suas palavras 'ipsis verbis'.
Perante a insistência dos jornalistas nesta questão, respondeu: "Aquilo que recebi do senhor primeiro-ministro foi a garantia de que isso não acontece, por isso as declarações que fiz à saída da Presidência da República pelos vistos estavam inteiramente corretas".
Nas declarações aos jornalistas, Vasco Cordeiro voltou a defender uma revisão integral do acordo de cooperação com os Estados Unidos e que na reunião da Comissão Bilateral Permanente agendada para 11 de fevereiro o Governo português deve dar uma resposta "com firmeza, com veemência e de forma determinada".
"O que acho fundamental nesta ocasião salientar é que, mais do que a questão da defesa dos interesses dos Açores, esta é uma questão nacional, tem a ver com o prestígio e a dignidade do nosso país", afirmou.
O presidente açoriano revelou ter entregado ao primeiro-ministro o plano de revitalização da ilha Terceira elaborado pelo Governo Regional e disse ter sublinhado no encontro que "um acordo celebrado em benefício do país não pode transformar-se no que tem a ver com os seus custos e ónus na responsabilidade de apenas uma parte do país".
Relativamente a este plano, Vasco Cordeiro salientou que a verba anual de 167 milhões de euros exigida aos Estados Unidos é baseada num documento do Departamento de Defesa e "cerca de 100 milhões de euros estão dirigidos à componente ambiental".
"Este valor parte de um relatório de 2008 do departamento de Defesa dos Estados Unidos, que no fundo resume os bens e as infraestruturas [dos Estados Unidos] em termos de bases militares e indica como valor necessário para anular completamente a pegada ambiental na Base das Lajes 1500 milhões de dólares", referiu.
Questionado sobre se saiu mais descansado da reunião com Pedro Passos Coelho, Vasco Cordeiro respondeu: "Saio daqui mais descansado porque já tive esta conversa com o senhor primeiro-ministro".