Vasco Cordeiro diz ter recebido garantias que afastam contrapartidas militares

O presidente do Governo Regional dos Açores disse hoje ter recebido a garantia do primeiro-ministro de que a redução norte-americana nas Lajes não será resolvida com a aceitação pelo executivo português de contrapartidas militares.

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Lusa
28/01/2015 17:12 ‧ 28/01/2015 por Lusa

Mundo

Lajes

As posições do chefe do governo açoriano, Vasco Cordeiro, foram assumidas em conferência de imprensa depois de uma audiência de pouco mais de uma hora com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na residência oficial, em São Bento.

Questionado sobre as declarações que fez no final de uma audiência com o Presidente da República, em que disse que era preciso evitar "qualquer suspeição" de uma troca de contrapartidas militares entre Portugal e os Estados Unidos, Vasco Cordeiro disse manter as suas palavras 'ipsis verbis'.

Perante a insistência dos jornalistas nesta questão, respondeu: "Aquilo que recebi do senhor primeiro-ministro foi a garantia de que isso não acontece, por isso as declarações que fiz à saída da Presidência da República pelos vistos estavam inteiramente corretas".

Nas declarações aos jornalistas, Vasco Cordeiro voltou a defender uma revisão integral do acordo de cooperação com os Estados Unidos e que na reunião da Comissão Bilateral Permanente agendada para 11 de fevereiro o Governo português deve dar uma resposta "com firmeza, com veemência e de forma determinada".

"O que acho fundamental nesta ocasião salientar é que, mais do que a questão da defesa dos interesses dos Açores, esta é uma questão nacional, tem a ver com o prestígio e a dignidade do nosso país", afirmou.

O presidente açoriano revelou ter entregado ao primeiro-ministro o plano de revitalização da ilha Terceira elaborado pelo Governo Regional e disse ter sublinhado no encontro que "um acordo celebrado em benefício do país não pode transformar-se no que tem a ver com os seus custos e ónus na responsabilidade de apenas uma parte do país".

Relativamente a este plano, Vasco Cordeiro salientou que a verba anual de 167 milhões de euros exigida aos Estados Unidos é baseada num documento do Departamento de Defesa e "cerca de 100 milhões de euros estão dirigidos à componente ambiental".

"Este valor parte de um relatório de 2008 do departamento de Defesa dos Estados Unidos, que no fundo resume os bens e as infraestruturas [dos Estados Unidos] em termos de bases militares e indica como valor necessário para anular completamente a pegada ambiental na Base das Lajes 1500 milhões de dólares", referiu.

Questionado sobre se saiu mais descansado da reunião com Pedro Passos Coelho, Vasco Cordeiro respondeu: "Saio daqui mais descansado porque já tive esta conversa com o senhor primeiro-ministro".

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