Segundo Varoufakis, a Grécia quer dialogar com a Europa, mas não com a troika, que inclui Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI), credores do país.
"Não temos intenção de trabalhar com uma comissão que não tem razão de existir, mesmo na perspetiva do Parlamento Europeu", afirmou numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
"Quero lembrar que este governo foi eleito com um programa que não admite o atual programa de resgate nem que dívida possa ser paga", destacou Varoufakis, acrescentado no entanto que a Grécia quer cooperar plenamente com os parceiros europeus.
O chefe do Eurogrupo advertiu que o novo governo grego liderado por Alexis Tsipras deve respeitar os acordos firmados entre Atenas e os parceiros europeus.
"Ignorar os acordos não é o caminho certo", indicou.
Dijsselbloem recordou que o atual programa de assistência dos parceiros europeus à Grécia "se prolonga até finais de fevereiro" e acrescentou: "antes disso decidiremos o que se fará, ainda não há nenhuma conclusão".
Quanto a uma possível conferência internacional sobre a dívida grega, assunto que foi abordado na reunião entre os dois responsáveis, Dijsselbloem referiu que "essa conferência já existe, chama-se Eurogrupo".
Dijsselbloem disse ainda que o "Eurogrupo está comprometido em apoiar a Grécia, com a condição de o país cumprir as suas promessas".
"Os problemas da economia grega não desapareceram com as eleições" do passado domingo, ganhas pelo Syriza (esquerda anti-austeridade), afirmou o também ministro das Finanças holandês.
"Os gregos passaram por muito nos últimos anos, fizeram muitos progressos e é importante não perder isso", sugeriu.
Antes da reunião com Varoufakis, o chefe do Eurogrupo, que se deslocou a Atenas, encontrou-se com o primeiro-ministro grego.
A Grécia está sob assistência financeira internacional desde 2010, com dois empréstimos concedidos em troca de duras medidas de austeridade.
No final deste ano, vencia a parte europeia do resgate, que foi prolongada por mais dois meses, uma vez que a troika e as autoridades gregas não ultrapassaram os desentendimentos que têm impedido a conclusão da quinta avaliação às contas públicas do país. O programa do FMI deve continuar até à primavera de 2016.