Os trabalhos dos técnicos da elétrica moçambicana estavam avançados ao fim do dia de domingo, na reconstrução de uma torre destruída pela força das águas, no sul da bacia do Licungo, e na recuperação de outras nove afetadas a 12 de janeiro, informa hoje o diário Notícias, citando um administrador da EdM.
Anteriormente, a empresa esperava terminar as obras de reconstrução no sábado, mas as chuvas que têm caído na região atrasaram os trabalhos, mantendo sem energia 350 mil clientes no norte da Zambézia e também nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
Embora os prejuízos associados às cheias não sejam ainda conhecidos, são já percetíveis alguns dos seus impactos económicos, como no caso do setor energético, em que só a EdM regista perdas diárias de cerca 177,2 mil euros, valor que deverá ser revisto em alta a partir do momento em que foi necessário associar um helicóptero às obras de reconstrução.
As chuvas estão também a atrasar a reconstrução da ponte de Mocuba, província da Zambézia, e que ficou parcialmente destruída pelas cheias, a 12 de janeiro, tornando-se no símbolo do desastre, que já matou pelo menos 117 pessoas.
As autoridades esperavam terminar os trabalhos na ponte de Mocuba a 15 de fevereiro, mas o prazo pode ficar comprometido pelas chuvas, admitiu o delegado provincial da Administração Nacional de Estradas na Zambézia, Daniel dos Santos, também citado no Notícias.
A destruição da ponte implicou o corte da única estrada que liga o centro ao norte de Moçambique, deixando o setor dos transportes no caos e provocando dificuldades de abastecimento às províncias do norte do país.
Em comunicado, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou que vai usar meios marítimos e ferroviários para ultrapassar as limitações de circulação por via rodoviária.
Serão ativados os portos da Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, bem como as linhas ferroviárias da Beira e de Nacala.