Estudo reabre debate sobre como olhamos para a morte

Um estudo levado a cabo por uma universidade norte-americana promete fazer-nos repensar a morte. Para chegar a estas novas conclusões os investigadores realizaram quatro anos de estudos em 15 hospitais de três países diferentes, observando mais de dois mil pacientes.

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Notícias Ao Minuto
22/02/2015 16:09 ‧ 22/02/2015 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Investigação

Uma notícia lançada pela revista Galileu, mas anteriormente publicada num jornal científico, traz este domingo uma nova visão sobre a forma como encaramos a morte.

Os investigadores da Universidade Estadual de Nova Iorque analisaram um conjunto de mais de dois mil pacientes que tinha sofrido de enfarte do miocárdio. A informação permitiu que compilassem um dossier completo sobre as perceções dos investigados no momento em que as pessoas são consideradas mortas.

Batizado de AWARE, o estudo queria tentar perceber quais os limites da consciência e da conexão entre o corpo e a mente. Para isso, os estudiosos fizeram um conjunto de entrevistas a vítimas de ataques cardíacos, que durante momentos são considerados sem vida, já que se os órgãos da vítima param de funcionar, ela será considerada tecnicamente morta. Porém, argumentam os investigadores que caso o paciente recupere, os doentes podem ter uma perspetiva exclusiva sobre a experiência de quase morrer.

As conclusões a que os investigadores chegaram foi de que nenhum dos pacientes entrevistados mostrou sinais clínicos de consciência enquanto estava a ser reanimado, porém 39% disse lembrar-se de detalhes do momento, existindo vários relatos em que os doentes dizem ter sentido sensações de medo, violência ou de perseguição.

No entanto, reporta a revista brasileira, grande parte dos entrevistados referiu também ter sentido sentimentos agradáveis envolvendo família, animais, plantas e uma luz brilhante. 22% deles disseram sentir paz ou tranquilidade, pouco mais de 9% sentiu alegria, 7% se sentiu envolvido por uma luz brilhante, 8% disse ter encontrado algum tipo de ser místico e 13% teve sensações de descolamento do corpo.

Porém, para os investigadores, tudo isto resulta numa conclusão ‘bombástica’. É que face aos relatos considerou que necessitamos de redefinir a forma como olhamos para este momento, fazendo descolar de uma perspetiva estática, passando para um entendimento mais maleável, já que a morte pode ser um processo reversível, não um momento específico, como alguns dos casos estudados mostraram.

Porém, estas conclusões estão a gerar dentro da comunidade cientifica alguma apreensão, isto porque para a maioria dos investigadores as experiência de pós-vida relatadas são entendidas como simples alucinações e não possam ser registadas como lapsos da mente fazendo contato com a realidade.

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