Uma investigadora da Universidade Pompeu Fabra, em Espanha, concede esta semana uma entrevista ao La Vanguardia onde contesta alguns dos dogmas sociais da sociedade no que toca ao envelhecimento.
Segundo Pura Muñoz-Cánoves a ideia de que o envelhecimento é um processo contínuo está errada, sendo possível encontrar um momento na vida dos homens em que os músculos deixam de renegar-se.
A descoberta surgiu quando os investigadores estudavam o envelhecimento muscular em ratos, isto porque a musculatura humana é um dos principais sinais de envelhecimento. Nessa altura descobriram que alguns ratos, com 20 meses – o equivalente a 60 anos para uma pessoa – perdiam a capacidade de renegar os seus músculos e outros não. Portanto, questionaram-se.
Os investigadores começaram a constatar que entre os 20 e os 24 meses todos os animais ainda se regeneravam bem. Porém, a partir dos 28 meses, o correspondente a 80 anos humanos, todos perdiam esta capacidade.
A partir daí, questionando um dogma social, de que envelhecemos gradualmente, os investigadores começaram a verificar que a ideia estava errada. A capacidade de regeneração perdia-se mesmo a partir de determinado ponto, não sendo uma coisa gradual.
Mas como existiam animais que mantinham a capacidade e outros não, os investigadores partiram para uma análise dos genes dos dois tipos de ratos.
Nessa altura descobriram uma proteína, a p16, que trava a divisão das células, e que era principalmente estudada por causa do cancro. Assim, os investigadores descobriram que esta proteína estava apenas presente nos ratos que tinham perdido a capacidade regenerativa. “Percebemos que o envelhecimento não é um processo gradual. Chega de repente quando se ativa proteína p16”, explica a investigadora ao La Vanguardia.
Agora, certamente, está a pensar: então e é possível travar este processo? Segundo a investigadora, manter uma dieta saudável e praticar atividade física regularmente pode atenuar o surgimento da proteína, pelo que, fica a receita para se manter (muscularmente) jovem.