Macau não quer ir além dos 31 milhões de turistas por ano

O Governo de Macau admite impor um limite à emissão de vistos para turistas chineses, considerando que a cidade não deve receber mais que os 31,5 milhões de turistas registados em 2014.

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Lusa
26/02/2015 12:37 ‧ 26/02/2015 por Lusa

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"Sobre um limite, o número de 31 milhões de turistas, para mim, não era mau. Como não temos condições, não podemos receber mais. Mais tarde podemos pensar nisso", disse hoje Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, à margem de uma reunião com representantes do setor do turismo.

Na semana passada, o governante anunciou a intenção de limitar o número de turistas da China, admitindo que está a prejudicar a qualidade de vida da população, mas hoje falou antes de "otimizar a política de entrada de turistas chineses", afastando, por enquanto, a introdução de uma quota.

Alexis Tam garante que "há muitas hipóteses" para reduzir a pressão do excesso de turistas da cidade, admitindo que a limitação dos vistos individuais emitidos na China é uma delas, mas depende da decisão das autoridades da China. Outra possibilidade é encaminhar os visitantes para a fronteira da Ilha da Montanha - que faz com que os turistas vão mais diretamente para a zona de casinos -, desviando-os do posto fronteiriço principal, as Portas do Cerco.

O secretário destacou ainda a importância de distribuir os turistas ao longo do ano, evitando enchentes em épocas como o Ano Novo chinês.

As declarações de Alexis Tam surgiram depois de uma reunião com representantes de agências de transportes, de hotéis, restauração, guias turísticos, entre outros, que manifestaram preocupação com o impacto económico desta medida.

"O setor não gostava que houvesse uma descida do número de turistas. Se eu fosse empresário também não queria. Mas também sabemos que mais turistas afetam a qualidade de vida dos cidadãos. Atualmente, temos 49 províncias com [o sistema de] vistos individuais para Macau. Futuramente vamos ver com as entidades da China como melhorar esta situação. Temos de fazer algo para equilibrar os interesses das duas partes", disse

Durante a reunião, alguns representantes do setor sugeriram que fosse feito um maior investimento na diversificação dos turistas, com foco em especial nos países do Médio Oriente e Rússia, devido ao elevado poder de compra.

Alexis Tam admitiu que "os turistas do estrangeiro não são muitos" e prometeu reforçar os trabalhos de promoção nos países mencionados.

"O número elevado de turistas da China pode fazer com que venham menos do estrangeiro. As pessoas do Médio Oriente têm muito medo de grandes concentrações e nós também. Os turistas da China elevam as receitas mas também trazem desvantagens", comentou.

Por seu lado, Helena de Senna Fernandes, diretora dos Serviços de Turismo, alertou que a ideia não é que os turistas da China "diminuam de um dia para o outro", já que é preciso "garantir que a economia não cai". Ainda assim, diz, "o grande objetivo para este ano é atrair turistas internacionais".

Senna Fernandes, que no passado defendeu que a cidade tinha ainda capacidade de acomodar mais visitantes, remeteu agora esse cenário para o futuro. "Eventualmente, quando Macau tiver mais produtos ou mais estruturas, podemos aumentar a capacidade. Hoje falamos de 31 milhões mas se calhar em dez anos temos capacidade para mais pessoas", concluiu.

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