"Trata-se da primeira operação policial levada a cabo na Europa contra as atividades de combatentes estrangeiros no conflito ucraniano", indicou hoje em comunicado o Ministério do Interior espanhol.
Os oito homens foram detidos em Gijón, Cartagena, Barcelona, Cáceres, Pamplona, Alcorcón (arredores de Madrid) e, dois deles, em Madrid.
"As suas atividades podem constituir delitos que comprometam a paz ou a independência do Estado, uma vez que se trata de espanhóis que, ao participarem num conflito armado, violam a neutralidade que Espanha deve manter junto da comunidade internacional", explicou o ministério.
Enquanto estiveram na Ucrânia, onde combateram nas regiões de Lugansk e Donetsk, os detidos partilharam e difundiram através das redes sociais o treino recebido - exibindo uniformes paramilitares, espingardas automáticas de assalto, artefactos e dispositivos explosivos. Também realizaram propaganda a favor da luta armada dos separatistas.
O Ministério do Interior espanhol recorda que as autoridades ucranianas têm qualificado como "ações terroristas" várias operações lançadas pelos grupos separatistas, algumas das quais provocaram "centenas de mortes entre a população civil".
"Além de, alegadamente, terem cometido delitos de cooperação ou cumplicidade em assassínios e homicídios levados a cabo pelos grupos ou batalhões aos quais se juntaram, [os detidos poderão responder por] posse e armazenamento de armas e explosivos", realçou o Ministério do Interior, acrescentando que a ação dos detidos "tem repercussão na captação e recrutamento de futuros combatentes".
A operação DANKO, que ainda está em curso, está a ser dirigida pela procuradoria da Audiência Nacional, um tribunal especial espanhol com jurisdição em todo o território e dedicado ao grande crime, económico, corrupção e terrorismo.