Lugovoi, também um ex-agente secreto, convertido posteriormente em deputado e vice-presidente da comissão de Segurança e Anticorrupção da Duma (câmara baixa), foi distinguido pela sua "grande contribuição para o desenvolvimento do parlamentarismo russo e atividade legislativa", conforme o texto do decreto de Putin, divulgado pelo Kremlin.
Litvinenko, conhecido pelas suas críticas ferozes a Putin, que vivia exilado na capital britânica, faleceu em 23 de novembro de 2006, no hospital University College de Londres, envenenado com a substância polónio 210.
Este ex-agente dos serviços de informações russos adoecera de forma repentina umas semanas antes, em 10 de novembro, no dia em que se encontrou com Lugovoi e outro russo, Dmitri Kovtun, no hotel Millennium, em Londres, onde bebeu chá.
Litvinenko tinha fugido da Federação Russa e pedido asilo político em Londres por causa da "incessante perseguição dos serviços secretos russos".
No Reino Unido continuou as suas críticas e em 2002 foi o primeiro a acusar os serviços secretos russos de terem feito explodir blocos habitacionais em Moscovo, em 1999, ato terrorista que foi atribuído pelo Kremlin a terroristas chechenos.
Em carta divulgada postumamente, Litvinenko garantiu que o Kremlin esteve por trás do seu assassínio por ter responsabilizado os serviços secretos russos por estas explosões em Moscovo.
O presidente russo também condecorou o líder checheno, Ramzan Kadirov, com a Ordem de Honra, "pelos seus êxitos no trabalho, pela sua atividade social e pelos seus muitos anos de serviço honesto para o bem do Estado".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que se trata de uma coincidência Kadirov er sido condecorado no dia seguinte ao da detenção de cinco suspeitos do assassínio do opositor Boris Nemtsov, todos eles chechenos.
"Os documentos das condecorações são preparados com muitos meses de antecipação", garantiu.