A Coreia do Norte recusou hoje desculpar-se pelo ataque ao navio sul-coreano ‘Cheonan’ há cinco anos e instou a Coreia do Sul a levantar as sanções que impos após o afundamento da embarcação que provocou 46 mortos em 2010.
A Coreia do Sul "deve levantar imediatamente" as sanções impostas "sob o pretexto absurdo do caso do afundamento do navio de guerra Cheonan", manifestou a Comissão de Defesa norte-coreana em comunicado, depois de Seul exigir ao seu vizinho um pedido de desculpas pelo ataque perpetrado há cinco anos.
As "medidas de 24 de maio", como são conhecidas as sanções económicas estabelecidas pelo anterior Presidente sul-coreano Lee Myung-bak "baseiam-se numa história fictícia da implicação norte-coreana no afundamento", acrescenta o comunicado difundido pela agência KCNA.
Nesse sentido, a Coreia do Norte instou a Coreia do Sul a efetuar uma nova investigação com a participação de representantes de ambos os países "para esclarecer cientificamente a verdade" sobre o que aconteceu ao ‘Cheonan’ a 26 de março de 2010.
Durante a madrugada daquele dia, o ‘Cheonan’, de 1.200 toneladas, sofreu uma explosão e afundou-se nas águas do Mar Amarelo, num caso que provocou a morte a 46 militares.
A Coreia do Sul realizou nos meses seguintes uma investigação unilateral -- ainda que participada por peritos internacionais -- cujo relatório final concluiu que o afundamento do navio foi provocado por um ataque submarino com torpedos da Coreia do Norte.
Pyongyang negou sempre o seu envolvimento no caso, que viria a provocar mais um momento de elevada tensão na península coreana, e publicou um relatório extenso para rebater as conclusões da investigação de Seul.
No plano externo, também a China e a Rússia manifestaram sérias dúvidas em relação à investigação oficial enquanto, no plano interno, parte da opinião pública sul-coreana duvida também das conclusões.