"Fui violada e abortei. Desafio-vos a julgar-me"

Teresa Fedor (na imagem), representante do partido Democrata no Ohio, nos Estados Unidos, contou a sua história numa altura em que se debatia uma proposta de lei que quer restringir consideravelmente a possibilidade de uma mulher fazer uma interrupção voluntária da gravidez.

Notícia

© Reuters

Notícias Ao Minuto
27/03/2015 19:37 ‧ 27/03/2015 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Ohio

A lei proposta no Ohio já ganhou a alcunha de Heartbeat Bill e ganhou hoje destaque devido a um momento intenso no debate. A lei que os republicanos querem aplicar passa a punir criminalmente médicos que aceitem fazer abortos quando os testes revelam que o feto já tem batimento cardíaco.

Conta o Quartz que esta lei poderá impedir interrupções voluntárias de gravidez logo às seis semanas de gravidez. Se se tornar lei, passará a ser proibido fazer qualquer aborto para lá deste período, exceto em casos em que a vida da mulher esteja em risco. O que quer dizer que em casos de incesto ou de vítimas de violação, as mulheres terão de levar a gravidez até ao fim.

Teresa Fedor, representante democrata no Ohio, está contra a nova legislação e, na defesa da sua posição, falou o caso que lhe aconteceu há vários anos, quando ela própria foi vítima de violação, numa altura em que cumpria serviço militar, e engravidou na sequência do caso.

Na altura, Teresa Fedor optou por interromper a gravidez. Hoje, perante os outros representantes do Ohio, Fedor foi perentória: “desafio qualquer um de vocês a julgar-me”, disse, acrescentando que este debate é “puramente político”.

“Vocês não respeitam as minhas razões, a minha violação, o meu aborto”, criticou, sugerindo ainda que outras mulheres deveriam levantar-se e contar a sua própria história.

Conta o site Mother Jones que foi precisamente quando Teresa Fedor falava do seu caso e defendia a sua posição que um homem se riu, o que obrigou a representante democrata a parar o seu discurso.

“Vejo alguém a rir-se”, criticou. “E acontece que é um homem que se está a rir. Mas este assunto é sério e eu estou a falar por todas as mulheres no estado do Ohio que não tiveram oportunidade de estar aqui em frente a este comité”, disse.

O aceso debate teve a sua conclusão no momento da votação. A nova legislação teve direito ao ‘sim’ dos representantes do Ohio: 55 votos a favor, 40 contra.

A lei segue agora para o senado do estado do Ohio e, se for aceite, entra em vigor, punindo criminalmente médicos que aceitem fazer abortos caso já se verifique batimento cardíaco no feto, mesmo em casos em que a mulher tenha engravidado porque foi violada por um familiar.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas