Tayyip acusa imprensa de ser "cúmplice" dos assassinos de procurador
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje os 'media' turcos de serem "cúmplices" dos sequestradores e assassinos de um procurador, ao terem divulgado imagens da tomada de reféns ocorrida em Istambul na semana passada.
© Lusa
Mundo Turquia
"Os órgãos que abriram as suas páginas e os seus ecrãs à propaganda dos terroristas foram cúmplices da morte do nosso procurador", afirmou Erdogan, durante um discurso.
A justiça turca abriu um inquérito a quatro jornais acusados de promoverem "propaganda terrorista" após terem publicado a imagem do magistrado Mehmet Selim Kiraz, feito refém por dois militantes de um grupo turco de extrema-esquerda clandestino.
As autoridades acusam os diários de ter reproduzido a imagem do procurador com as mãos amarradas e a boca tapada, com uma pistola apontada à têmpora direita e empunhada por um dos agressores.
O magistrado acabaria por não resistir aos ferimentos. Os dois agressores foram mortos pela polícia.
"Condeno veementemente os meios de comunicação social que estão ao lado dos terroristas", disse o líder turco, afirmando que tal incidente não teria lugar num país ocidental.
"Nos países ocidentais considerados como o berço da democracia e dos direitos e liberdades, tal situação nunca aconteceria. Nestes países, as instituições de imprensa que se tornam ferramentas da propaganda do terrorismo e dos terroristas são objeto de uma proibição formal", acrescentou Erdogan, que lança regularmente fortes ataques contra os meios de comunicação social independentes.
Durante a tomada de reféns, o organismo que controla o audiovisual turco proibiu os canais de televisão do país a transmitirem imagens em direto daquele acontecimento.
A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF) condenou este novo exemplo de "censura" imposta pelo Governo turco.
A Turquia consta regulamente entre os países mais repressivos em matéria de liberdade de imprensa.
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