Rebeles xiitas anunciam conquista da cidade de Ataq
O movimento rebelde dos 'huthis' no Iémen anunciou hoje que assumiu o controlo da cidade de Ataq, capital da província de Shebua, enquanto o guia supremo do Irão denunciava os "atos criminosos" da coligação militar liderada pela Arábia Saudita.
© Reuters
Mundo Iémen
Segundo a agência oficial Saba, controlada por aquele grupo xiita do Iémen, a cidade do sul do país está sob o controlo das milícias 'huthis', com o apoio de forças leais ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh.
O novo avanço dos 'huthis' ocorre quando se completam duas semanas da ofensiva aérea liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes iemenitas.
No Irão, o guia supremo, ayatollah Ali Khamenei, denunciou hoje violentamente a intervenção militar da coligação liderada por Riade e pediu o fim destes "ataques criminosos".
"Esta ação na região é inaceitável", declarou o líder iraniano ao dirigir-se ao governo saudita, segundo um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
Num discurso que assinalou o Dia nacional da tecnologia nuclear, o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, também apelou hoje para um cessar-fogo imediato entre as forças iemenitas leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi e os rebeldes xiitas apoiados por Teerão, e sublinhou a necessidade do envio urgente de ajuda humanitária.
Um porta-voz militar do exército iemenita leal aos rebeldes 'huthis' disse que pelo menos 1.000 pessoas foram mortas e 15.000 feridas desde o início da ofensiva aérea liderada pelos sauditas.
Sharaf Luqman indicou que os bombardeamentos destruíram mais de 1.000 habitações, de forma parcial ou total, e uma centena de "instalações vitais" como fábricas, quartéis, aeroportos, pontes, escolas e mesquitas.
"Este ataque brutal da coligação revela o ódio profundo que o regime de Al Saud [saudita] nutre pelo povo do Iémen", adiantou.
Ainda hoje, os Estados Unidos alertaram o Irão contra as tentativas de destabilizar o Iémen, onde os combates permanecem intensos.
O secretário de Estado, John Kerry, voltou a acusar Teerão de armar os rebeldes xiitas, que assumiram o controlo da capital Sanaa e de vastas regiões do Iémen antes de iniciarem uma ofensiva em direção ao sul.
"O Irão deve saber que os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados quando a região está a ser destabilizada e quando é desencadeada uma guerra aberta através das fronteiras internacionais de outros países", declarou.
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