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Conselho para a Paz associa-se a "Venezuela não é uma ameaça"

O Conselho Português para a Paz e Cooperação associou-se ao movimento internacional que apela ao presidente norte-americano para suspender as sanções à Venezuela e normalizar as relações diplomáticas com o Governo de Nicolás Maduro.

Conselho para a Paz associa-se a "Venezuela não é uma ameaça"
Notícias ao Minuto

11:50 - 10/04/15 por Lusa

Mundo Cooperação

"Nós, amantes da paz e acérrimos inimigos da guerra, opomo-nos a estas ações e apelamos a que o Presidente Barack Obama retire a ordem executiva contra a Venezuela e normalize as relações diplomáticas com o governo, legitimamente eleito, do Presidente Nicolás Maduro, com base no respeito mútuo e no princípio da não ingerência nos assuntos internos de outros países", pode ler-se na missiva assinada até ao momento por 41 personalidades portuguesas.

O conjunto das assinaturas recolhidas em todo o mundo, no âmbito da iniciativa "Obama, a Venezuela não é uma ameaça", deverá ser apresentado durante a Cimeira das Américas, que decorre na cidade do Panamá a 10 e 11 de abril.

Além de assinaturas de atrizes e músicos portugueses, como Fernanda Lapa, Rita Lello, Rita Cruz ou Modesto Navarro, surgem os nomes de Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, e Manuel Figueiredo, presidente de "A Voz do Operário".

A ordem executiva com que Obama autorizou em março sanções a membros do Governo de Nicolás Maduro e declarou a Venezuela "uma ameaça" para a segurança dos Estados Unidos agravou as já tensas relações bilaterais.

A 09 de março último, o Presidente Barack Obama ordenou a aplicação de novas sanções a sete altos responsáveis venezuelanos, atuais e antigos, que acusou de violação dos direitos humanos, declarando, igualmente, que existia uma situação de "emergência nacional" nos Estados Unidos devido ao "risco inusitado e extraordinário" que representa a situação na Venezuela para a segurança norte-americana.

Na missiva, os signatários consideram ser "ainda mais surpreendente" o facto de a declaração de Obama ter sido feita dois dias após a União de Nações do Sul (UNASUR), órgão de integração regional, ter estado na Venezuela e reunido com todos os poderes públicos do país, reunido com vários representantes dos diversos partidos da oposição, o que representou um apoio à democracia venezuelana e às eleições parlamentares previstas para o final do ano.

De acordo com os signatários, a presença do secretário-geral da UNASUR e dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Equador, da Colômbia, do Brasil e do Uruguai, aconteceu por iniciativa do próprio Presidente da República Bolivariana da Venezuela, que desde o início do ano pediu a participação deste organismo para que facilite o diálogo com o governo dos EUA.

"Nem as sanções, nem os bloqueios, nem as agressões armadas são caminhos para um diálogo verdadeiro. A história já demonstrou, como o admitiu o governo de Obama, no passado dia 17 de dezembro em relação a Cuba, que essas são políticas ineficientes e que só prejudicam os povos", revela a missiva.

Quinta-feira, em entrevista exclusiva à agência de notícias espanhola Efe, Obama afirmou: "não cremos que a Venezuela seja uma ameaça para os Estados Unidos, e os Estados Unidos não são uma ameaça para o Governo da Venezuela, mas continuamos muito preocupados pela forma como o Governo venezuelano continua a esforçar-se por intimidar os seus adversários políticos, incluindo detenções e acusações por motivos políticos de representantes eleitos, e a erosão contínua dos direitos humanos".

Os dois Governos deram na quarta-feira um passo que pode ajudar a reduzir as tensões em vésperas da Cimeira do Panamá, com a reunião em Caracas entre o alto conselheiro do departamento de Estado norte-americano Thomas Shannon e a chefe da diplomacia venezuelana, Delcy Rodríguez, que foi o encontro bilateral ao mais alto nível em vários anos.

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