Malta vota a favor da tradição de caçar aves migratórias na primavera
Os cidadãos de Malta votaram a continuação, em referendo, da controversa tradição de caçar na primavera aves migratórias que atravessam o Mediterrâneo, as quais são mortas antes de poderem reproduzir-se, apontam hoje os resultados preliminares.
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Mundo Decisão
O tema tem despertado paixões ao longo dos anos na ilha de Malta, com os apoiantes da tradição a defenderem a sua continuação, e os opositores a apontarem que esta é uma prática cruel que muitas vezes desrespeita a lei.
Os resultados preliminares do referendo, que decorreu no sábado, indicam que os defensores da tradição de caçar aves durante a primavera tenham obtido 51%, vencendo por uma margem de cerca de 5.000 votos.
Os dados oficiais deverão ser divulgados hoje à noite.
"Nós não ganhámos nada, apenas não perdemos", afirmou o presidente da federação de caça, Joe Percici Calascione.
"Estávamos a lutar pelo direito de manter a possibilidade de caçar na primavera e as pessoas entenderam a nossa causa", acrescentou, apelando aos caçadores para se manterem calmos perante as notícias de que estes estariam a comemorar a vitória com tiros no campo.
O Tribunal Europeu de Justiça condenou em 2009 Malta por permitir caçadas de aves durante o seu regresso de África para a Europa ainda antes de terem a oportunidade de se reproduzir.
Embora caçar aves durante a primavera seja uma prática proibida por diretiva europeia, Malta pede todos anos uma medida de exceção por um curto período e os caçadores ficam legalmente aptos a matar 11.000 rolas e 5.000 codornizes.
Alguns caçadores são acusados de ultrapassarem o limite e de abaterem ilegalmente outras aves, incluindo andorinhões, cegonhas e gaivotas, enquanto os ativistas reclamam que nenhuma das aves deveria ser caçada.
"Parece que a maioria votou a favor da caçada durante a primavera", lamentou Saviour Balza, o porta-voz da campanha contra a caça naquele período.
"Embora respeitemos a decisão, iremos continuar a trabalhar para a proteção do ambiente", acrescentou.
O primeiro-ministro Joseph Muscat, que votou a favor da tradição, afirmou que os cidadãos de Malta deram aos caçadores a "última oportunidade" e prometeu que a caça ilegal "não será tolerada".
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