Em nota hoje divulgada, a agência das Nações Unidas refere que "está extremamente preocupada" com a situação, apesar de saudar os esforços do Governo para conter a onda de xenofobia na África do Sul, por garantir que "tentaria conter a situação e prestar assistência" às vítimas.
Na quinta-feira, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, lançou um apelo à calma, tendo afirmado que "nenhum nível de frustração ou de raiva pode justificar ataques contra os cidadãos estrangeiros ou a pilhagem das suas lojas".
Falando hoje aos jornalistas, o porta-voz do ACNUR em Genebra, Adrian Edwards, estimou que os incidentes violentos que afetam as cidades sul-africanas de Durban e Joanesburgo causaram "seis mortos e desalojou mais de 5.000 estrangeiros".
O chefe de Estado sul-africano comprometeu-se a "fazer tudo o que puder para proteger os cidadãos estrangeiros no país e reafirmou o seu compromisso para com os refugiados e requerentes de asilo, em conformidade com a lei e protocolos internacionais", disse Adrian Edwards.
O porta-voz do ACNUR lembrou que a agência havia sido contactada por refugiados que estavam com medo de ser alvejados.
Uma equipa do ACNUR foi enviada para a cidade costeira de Durban para avaliar a situação e identificar os apoios necessários a dar aos parceiros governamentais e da sociedade civil que estão a tentar dar resposta às vítimas.
Centenas de estrangeiros estão albergados em quatro centros de deslocados estabelecidos pelo Centro de Gestão de Desastres local, mas diariamente o número de requerentes tem aumentado.
Um número indeterminado de pessoas procurou refúgio em estabelecimentos religiosos, nomeadamente mesquitas e igrejas.
Em alguns locais estão albergadas cerca de 1.400 pessoas, a maioria homens solteiros, mas os asilados do sexo masculino estão separados das mulheres e crianças, cujo número não foi especificado pelo ACNUR.
"Em Isipingo, existem cerca de 300 pessoas, e em Greenwood Park outro 450. Na quinta-feira, cerca de 1.500 pessoas deslocadas foram transferidas para um novo e maior centro em Phoenix. Em algumas comunidades, as condições de abrigo são das mais básicas e é necessário prover condições sanitárias e de saúde adequados", refere o ACNUR.
Esta madrugada chegaram a Boane, província de Maputo, os primeiros 107 moçambicanos que foram repatriados da África do Sul fugindo da violência xenófoba.
Segundo fonte oficial, há pelo menos 600 moçambicanos refugiados em campos em Durban, localidade sul-africana mais afetada pela violência xenófoba, sendo que a maioria manifestou o desejo de ser repatriada para Moçambique.
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Noticias Ao Minuto/Lusa