"Concordamos que um acordo será difícil, mas vai acontecer e vai acontecer rapidamente porque é a única opção que temos", disse Varoufakis em conferência de imprensa, após o Eurogrupo informal de hoje, em Riga, capital da Letónia.
Os relatos da imprensa dão conta de que nesta reunião se viveu um ambiente hostil para com Varoufakis, com muitos ministros a tecerem palavras duras para com a atitude do ministro das Finanças grego.
O próprio presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, admitiu na conferência de imprensa que esta foi uma "discussão muito crítica"
Já a ministra das Finanças de Portugal, Maria Luís Albuquerque, que disse que não interveio na parte da Grécia por não ter nada a acrescentar ao que outros colegas disseram, considerou que "tom de frustração" dominou essa parte do encontro.
Há já dois meses que a Grécia está a negociar com o chamado Grupo de Bruxelas - constituído por Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e ainda Mecanismo Europeu de Estabilidade - reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental para que possa aceder à última tranche do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros.
Em fevereiro foi definido que deveria ser conseguido um acordo abrangente até final de abril, mas perante a aproximação da data e as continuas divergências o que todos os líderes lembram agora é o prazo de 30 de junho, data em que termina a extensão do atual programa de resgate à Grécia.
Apesar do tom crítico do presidente do Eurogrupo, quase inédito, este também falou aos jornalistas em "sinais positivos" nos últimos dias, mas referindo sempre que ainda falta percorrer muito caminho para se chegar a um acordo. E, reiterou, apenas quando se chegar a um acordo será desembolsado dinheiro a Atenas.
A ministra das Finanças portuguesa explicou que, da informação que é transmitida no Eurogrupo, o que melhorou é que "parece haver um melhor entendimento entre as partes" mas, adiantou, isso não significa para já qualquer acordo em áreas específicas.
As instituições continuam a exigir medidas mais 'aceitáveis', sobretudo em termos de finanças públicas, pensões, legislação laboral e privatizações.