A posição consta de um comunicado divulgado hoje, na sequência da reunião extraordinária do Comité Permanente da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição angolana, realizada na quarta-feira, em Luanda.
No documento, a UNITA condena os assassínios de "agentes da autoridade e de centenas de civis indefesos", ocorrido no passado dia 16 deste mês.
Aquela força política repudiou ainda "o clima de terror que se criou na província do Huambo, visando cortar as liberdades democráticas dos cidadãos".
Da análise ao relatório dos deputados da UNITA, que na semana passada se deslocaram à província do Huambo, a direção do partido concluiu que "há um clima de terror na província, em particular nos municípios da Caála e do Huambo", mas também "um grande sentimento de repulsa pelos atos de violação dos direitos humanos, que terão sido cometidos pelas autoridades públicas".
A UNITA referiu que foi vetada aos deputados a visita ao local dos incidentes, depois de garantido pelas autoridades governamentais da província o seu acesso à zona.
O relatório refere que os deputados reuniram com as autoridades locais, recolheram imagens de vídeo e fotografias, registaram depoimentos de dezenas de cidadãos, entre alegados sobreviventes do incidente, familiares de pessoas desaparecidas, testemunhas, religiosos, polícias e militares que supostamente participaram na operação.
O comandante provincial do Huambo da Polícia Nacional, Elias Livulo, reafirmou na quarta-feira que os confrontos com elementos da seita "A Luz do Mundo", liderada por José Kalupeteca, provocaram 13 mortos civis e nove polícias, desafiando a UNITA a apresentar provas da acusação de que houve 1.080 vítimas mortais.