Forças iraquianas "não mostraram vontade de combater" em Ramadi

O secretário da Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Ashton Carter, disse hoje que as forças iraquianas "não mostraram vontade de combater" em Ramadi, permitindo que o grupo extremista Estado Islâmico tomasse a cidade em poucos dias.

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Lusa
24/05/2015 17:01 ‧ 24/05/2015 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

"O que aparentemente aconteceu foi que as forças iraquianas simplesmente não mostraram vontade de lutar", disse o chefe do Pentágono numa entrevista à cadeia de televisão CNN.

Segundo Carter, as forças iraquianas "não foram superadas em número" pelos jihadistas e, apesar disso, "fracassaram na luta e retiraram".

"Isso diz-me, e penso que à maioria de nós, que temos um problema com a vontade dos iraquianos de combater o Estado Islâmico e de se defenderem", disse.

"Podemos treiná-los e podemos dar-lhes equipamento, mas obviamente não lhes podemos dar a vontade de combater", acrescentou.

Os bombardeamentos aéreos da coligação liderada pelos Estados Unidos contra posições dos jihadistas no Iraque "são eficazes", assegurou Carter, "mas nada pode substituir a vontade de combater das forças iraquianas".

"Se tivermos de mudar a forma como ajudamos as forças iraquianas, faremos essa recomendação (à Casa Branca). Mas o que aconteceu em Ramadi foi um fracasso das forças iraquianas", insistiu.

A crítica é a mais forte de um responsável norte-americano às forças do Iraque depois da perda, há uma semana, da cidade estratégica, capital da província de Al-Anbar, a maior do país.

Há duas semanas, o Estado Islâmico lançou uma ofensiva a leste de Homs, na vizinha Síria, e tomou às forças do regime as cidades de Palmira, Al-Sukhna e Al-Ameriya, assim como os campos de gás de Al-Arak e Al-Hil.

Já hoje, de madrugada, os jihadistas tomaram o posto de fronteira de Al-Walid, na província de Al-Anbar, consolidando o seu controlo da fronteira entre a Síria e o Iraque, onde há já um ano controlam outro posto fronteiriço.

As vitórias do grupo extremista levantam dúvidas quanto à estratégia seguida pelos Estados Unidos, que depois de quase um ano e mais de 3.000 ataques aéreos não conseguem impedir o avanço do Estado Islâmico no Iraque.

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