Líderes dos Balcãs pedem apoio à União Europeia

Os líderes dos Balcãs ocidentais pediram hoje em Tirana o apoio da União Europeia para que seja acelerado o seu desenvolvimento económico e o processo de adesão à UE.

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Lusa
28/05/2015 16:24 ‧ 28/05/2015 por Lusa

Mundo

Diplomacia

O apelo conjunto foi emitido pelos primeiros-ministros da Albânia, Macedónia, Sérvia, Kosovo, Bósnia-Herzegovina e Montenegro no decurso do Fórum Económico de Viena que hoje decorre em Tirana, capital da Albânia.

"Chegou a hora de um compromisso claro da Comissão Europeia para ajudar os Balcãs como uma região comum", considerou o primeiro-ministro albanês Edi Rama.

Rama assinalou que estes países já apresentaram diversos projetos a Bruxelas cuja concretização não é possível com os orçamentos de cada Estado, necessitando de fundos comunitários.

Estes projetos estão relacionados com a construção de novas estradas, como o "corredor" rodoviário Adriático-Jónico que prevê a união do oeste com o leste dos Balcãs e os países do Mar Negro, para além de outro "corredor" que passaria pela Grécia, Albânia e Montenegro.

"O Kosovo quer impulsionar a cooperação regional e por isso planeámos projetos de estradas, caminhos-de-ferro e energia para ligar o Kosovo com a Albânia, Sérvia e Macedónia", referiu o primeiro-ministro kosovar, Isa Mustafa, sentado perto do seu homólogo sérvio Aleksandar Vucic, que desde quarta-feira efetua a sua primeira visita oficial à Albânia.

A Sérvia não reconhece o Kosovo, a sua antiga província do sul com maioria de população albanesa e que declarou a independência unilateral em fevereiro de 2008.

Por seu turno, Vucic assegurou que a Sérvia está aberta a todos os processos que impliquem o reforço da cooperação regional nas áreas económica, política e cultural.

"Não podemos fazer reformas sem uma colaboração regional, que é o eixo da estabilidade na Europa", assinalou.

Todos os líderes balcânicos exprimiram a firme intenção dos seus governos em aderir à UE uma decisão que, segundo assinalaram, contribuirá para a estabilidade e a paz não apenas da região mas de toda a Europa.

Em paralelo, alertaram para o "sentimento de cansaço" que começa a instalar-se nas respetivas populações devido a uma prolongada espera nos processos de adesão, e que se poderá converter num inimigo comum contra as suas aspirações de adesão à União.

O primeiro-ministro macedónio, Nikola Gruevski, alvo de forte contestação interna, lamentou a política de bloqueio da Grécia que impede o país de avançar nas conversações com Bruxelas, e considerou a integração euro-atlântica um fator de coesão entre macedónios e albaneses que residem na ex-república jugoslava.

"O adiamento infinito [da candidatura da Macedónia] não é uma solução, antes origina problemas e insegurança e é uma desvantagem real para nós e toda a região", considerou.

Desde a declaração da independência em setembro de 1991 da Antiga República Jugoslava da Macedónia (FYROM, o nome ainda utilizado nos areópagos internacionais) que a Grécia continua a rejeitar a designação de Macedónia ao recente país, com o argumento de alegadas ambições expansionistas de Skopje e da existência de uma província com a mesma designação no norte da Grécia, incluída na sua herança histórica e nacional.

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