Comissão diz que chegou o "momento da unidade" e das propostas
A Comissão Europeia (UE) considerou hoje que o atual momento é de unidade e de "propostas concretas", numa reação aos comentários do primeiro-ministro grego sobre as "propostas absurdas" de alguns setores das instituições que integravam a 'troika'.
© Reuters
Mundo Grécia
Num artigo publicado no domingo pelo diário francês Le Monde, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras assegurou que a ausência de um acordo até ao momento não é da responsabilidade da Grécia mas tem origem nas exigências dos seus credores, como a redução das pensões e uma maior flexibilização do mercado laboral.
"Mais que as opiniões editoriais, o que importa são as propostas concretas, isso é exatamente para que trabalham as instituições em conjunto com as autoridades gregas", assegurou a porta-voz comunitária Mina Andreeva.
A porta-voz indicou que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, desempenha "a sua função de mediador para superar qualquer diferença e agora é o momento da unidade".
"Estamos a trabalhar para assegurarmos que se oferece a Atenas um tratamento unificado por parte das três instituições", assegurou.
Andreeva realçou que a 'troika' de credores internacionais, que inclui a Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE), trabalha "lado a lado com o Grupo de Bruxelas" e cooperam "muito bem com as autoridades gregas".
Tsipras, que insiste na importância de uma decisão entre os líderes europeus, e não a nível técnico, manteve contactos telefónicos no fim-de-semana com o Presidente francês François Hollande, que hoje se reúne em Berlim com a chanceler alemão Angela Markel e Juncker.
No final de junho termina o prolongamento do segundo resgate financeiro concedido à Grécia, que desde agosto não recebe qualquer contribuição dos seus credores e quando Atenas aguarda o envio da última parcela de 7,2 mil milhões de euros.
Fontes europeias indicaram que a reforma das pensões e do mercado laboral são as principais divergências, pelo facto de as exigências de Bruxelas e dos credores contrariarem o programa eleitoral do Syriza, o partido a esquerda radical que venceu as legislativas antecipadas de 25 de janeiro.
No artigo publicado no Le Monde e intitulado "A Europa numa encruzilhada", o primeiro-ministro grego diz ter "chegado à conclusão que a questão grega não diz exclusivamente respeito à Grécia, mas está no centro de um conflito entre duas estratégias em confronto sobre o futuro da integração europeia".
E especifica: "A primeira procura o aprofundamento da integração europeia num contexto de igualdade e solidariedade entre os seus povos e os seus cidadãos (...) A segunda estratégia conduz à rotura e à divisão da zona euro e portanto da UE. O primeiro passo nesta direção será a formação de uma zona euro a duas velocidades, em que o núcleo central imporia regras duras de austeridade e ajustamento".
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