Antes da intervenção das forças de segurança italianas, que envergavam equipamento antimotim, a polícia militar francesa já tinha recusado a entrada destes imigrantes no território francês.
Segundo o testemunho do jornalista da AFP, a polícia italiana tentou levar de volta os migrantes para Ventimiglia, cidade que fica a cerca de cinco quilómetros da fronteira com França, mas um grupo de 50 homens recusou cumprir as ordens da polícia e procurou refúgio numa zona rochosa perto da fronteira.
A agência espanhola EFE, citando o presidente de câmara de Ventimiglia, indicou hoje que este grupo de imigrantes está concentrado naquela zona desde quinta-feira.
Enrico Ioculano confirmou que a polícia militar francesa impediu que estes imigrantes atravessassem a fronteira.
O autarca explicou que outro grupo de imigrantes relatou que foram retirados de um comboio que tinha como destino a localidade francesa de Nice e foram transportados posteriormente para Ventimiglia.
Em declarações à EFE, Enrico Ioculano assegurou que a situação é preocupante, uma vez que entre os imigrantes "existem muitas famílias com crianças pequenas que não têm nada".
O responsável explicou ainda que foram instaladas no local casas de banho portáteis e que organizações, como a Cruz Vermelha e a Caritas, estão a distribuir alimentos. Também são esperados abrigos para acolher as pessoas durante a noite.
Enrico Ioculano referiu ainda que a maioria dos imigrantes é oriunda de países como Etiópia, Sudão e Eritreia.
Alguns dos imigrantes que foram impedidos de passar a fronteira anunciaram que iam iniciar uma greve de fome, caso a situação não fosse alterada.
A par desta situação, centenas de imigrantes continuam a procurar abrigo em estações ferroviárias de várias cidades italianas, à espera de conseguirem viajar para outros países europeus.
Na estação central de Milão mais de 400 imigrantes, a maioria proveniente da Eritreia, vivem e dormem dentro da estação em condições sanitárias e de higiene precárias.