Polícia dispersa imigrantes da fronteira entre França e Itália

A polícia italiana dispersou hoje cerca de 200 imigrantes que estavam concentrados na zona de Ventimiglia, perto da fronteira com França, segundo um jornalista da agência de notícias francesa AFP que estava no local.

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© Reuters

Lusa
13/06/2015 ‧ 13/06/2015 por Lusa

Mundo

Concentração

Antes da intervenção das forças de segurança italianas, que envergavam equipamento antimotim, a polícia militar francesa já tinha recusado a entrada destes imigrantes no território francês.

Segundo o testemunho do jornalista da AFP, a polícia italiana tentou levar de volta os migrantes para Ventimiglia, cidade que fica a cerca de cinco quilómetros da fronteira com França, mas um grupo de 50 homens recusou cumprir as ordens da polícia e procurou refúgio numa zona rochosa perto da fronteira.

A agência espanhola EFE, citando o presidente de câmara de Ventimiglia, indicou hoje que este grupo de imigrantes está concentrado naquela zona desde quinta-feira.

Enrico Ioculano confirmou que a polícia militar francesa impediu que estes imigrantes atravessassem a fronteira.

O autarca explicou que outro grupo de imigrantes relatou que foram retirados de um comboio que tinha como destino a localidade francesa de Nice e foram transportados posteriormente para Ventimiglia.

Em declarações à EFE, Enrico Ioculano assegurou que a situação é preocupante, uma vez que entre os imigrantes "existem muitas famílias com crianças pequenas que não têm nada".

O responsável explicou ainda que foram instaladas no local casas de banho portáteis e que organizações, como a Cruz Vermelha e a Caritas, estão a distribuir alimentos. Também são esperados abrigos para acolher as pessoas durante a noite.

Enrico Ioculano referiu ainda que a maioria dos imigrantes é oriunda de países como Etiópia, Sudão e Eritreia.

Alguns dos imigrantes que foram impedidos de passar a fronteira anunciaram que iam iniciar uma greve de fome, caso a situação não fosse alterada.

A par desta situação, centenas de imigrantes continuam a procurar abrigo em estações ferroviárias de várias cidades italianas, à espera de conseguirem viajar para outros países europeus.

Na estação central de Milão mais de 400 imigrantes, a maioria proveniente da Eritreia, vivem e dormem dentro da estação em condições sanitárias e de higiene precárias.

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