A decisão levou o presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, a reagir furiosamente: "Ninguém tem o direito de ameaçar a nossa independência", declarou.
Dois legisladores da Rússia Unida, partido que detém a maioria no parlamento russo, afirmaram num apelo aos procuradores que a decisão do Conselho de Estado da União Soviética de dar independência à Estónia, Letónia e Lituânia, foi ilegal.
Os legisladores reclamam que as decisões trouxeram "grandes danos" ao país, e deviam ser qualificadas como "traições de Estado", de acordo com o apelo solicitado para revisão.
O procurador-geral está a "rever o apelo dos legisladores de acordo com a lei russa", disse um porta-voz, citado pela agência noticiosa France Presse.
A Lituânia foi o primeiro dos três países a declarar independência, em janeiro de 1990, ao que se seguiram Estónia e Lituânia. O Conselho de Estado, então presidido pelo antigo líder soviético Mikhail Gorbachev, reconheceu as independências em 1991, numa sessão inaugural.
Os líderes da Lituânia reagiram furiosamente à revisão. "A nossa independência foi conquistada com o sangue e sacrifício do povo lituano," disse Grybauskaite, em comunicado.
"Espero que esta decisão sem sentido seja anulada", afirmou o ministro dos negócios estrangeiros Linas Linkevicius, que considerou o apelo uma "provocação".
Na Rússia, têm-se sucedido os casos em que se questionam fatos históricos.
No último ano, um grupo de legisladores apelou aos procuradores para que analisem as decisões tomadas por Gorbachev, e que conduziram ao desmantelamento da União Soviética.