Nunca se pronunciou sobre o seu ato heróico - o salvamento de 669 judeus, a maioria crianças, dos campos de concentração da Checoslováquia, nas vésperas da Segunda-Guerra Mundial. Morreu hoje, aos 106 anos de idade.
No que dependia dele, a sua história nunca chegaria a ser conhecida. O feito foi descoberto pela mulher, numa visita ao sotão, onde encontrou um álbum de fotografias velho e poeirento, que Winton explicou tratar-se das crianças que salvou, após terem sido abandonadas pelos pais e que estavam destinadas às câmaras de gás do Holocausto.
Nicholas foi homenageado várias vezes e a sua vida foi transportada para livros e filmes, tendo sido comparado a Schindler, o alemão que salvou 1.200 judeus. A partir de 2003, passou a ser apelidado de 'Senhor Winton' em toda a Inglaterra, tendo até sido condecorado pela raínha Isabel II pelo seu ato heróico. Em 1938, exercia funções de corretor de acções em Londres. Tinha umas férias programadas na Suíça, mas seguiu antes para Praga, onde foi ajudar um amigo a salvar refugiados.