Um relatório sombrio, divulgado pelo presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Martin Dempsey, alertou para a probabilidade "baixa mas crescente" de os EUA combaterem uma guerra com um dos principais poderes mundiais, com consequências "imensas".
A Federação Russa tem "demonstrado repetidamente que não respeita a soberania dos seus vizinhos e que tem a vontade de usar a força para conseguir os seus objetivos", especificou-se na Estratégia Militar Nacional 2015.
"As ações militares da Federação Russa estão a minar a segurança regional diretamente e através de forças terceiras", adiantou-se no documento.
É avançado o exemplo da presença de tropas russas na Ucrânia, apesar de Moscovo negar tal presença, para apoiar a insurgência separatista no leste do país.
No documento expressou-se também preocupação com o desenvolvimento de capacidades tecnológicas avançadas por parte de Estados em desenvolvimento que estão a fazer com os EUA percam o seu avanço neste campo.
"Quando aplicada aos sistemas militares, esta difusão de tecnologia está a desafiar as vantagens competitivas há muito detidas pelos EUA, como os alertas prévios e ataques de previsão", concretizou-se.
Além da China e da Federação Russa, o documento também incluiu o Irão e a Coreia do Norte, realçando as suas capacidades nucleares e em mísseis balísticos, numa lista de países que colocam "sérias preocupações de segurança" aos EUA e aos seus aliados.
"Desde que a última estratégia nacional militar foi publicada há quatro anos, que a desordem global tem aumentado tendencialmente, ao mesmo tempo que alguma das nossas vantagens competitivas começaram a ser corroídas", afirmou Dempsey a jornalistas.
O relatório de 2011 falava pouco da Federação Russa.
"As ações da China estão a aumentar a tensão na região da Ásia-Pacífico", considerou-se no texto, em referência às reivindicações territoriais chinesas, designadamente no Mar do sul da China, onde está a construir ilhas artificiais para reforçar as suas pretensões e a sua presença civil e militar.
O enorme orçamento militar dos EUA, que Reatinge os 600 mil milhões de dólares (543 mil milhões de euros) por ano, não é igualado por qualquer outra nação.
Confrontado por adversários não estatais como a organização que se intitula como Estado Islâmico, que já se apoderou de importantes parcelas do território do Iraque e da Síria, Dempsey preveniu para a existência de conflitos longos e complexos no futuro imediato.
"Os conflitos futuros vão ocorrer mais rapidamente, ser mais prolongados e desenrolar-se em campos de batalha mais desafiadores tecnicamente", previu, no texto introdutório do documento.