Milhares de gregos defendem o 'não' para escrever futuro da Europa
Milhares de gregos estão reunidos na praça Syntagma, em Atenas, para defender o 'não' no referendo de domingo e escrever o futuro da Europa e da Grécia.
© Reuters
Mundo Atenas
"Estamos a escrever o futuro da Europa e da Grécia", referiu à agência Lusa um jovem, acompanhado pela namorada.
No domingo, os eleitores gregos são chamados a decidir, em referendo, se aceitam ou não as novas medidas de austeridade propostas pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.
"Penso que a resposta que temos de dar é 'não', para toda a Europa e não apenas para a Grécia", disse Helena, uma outra participante na concentração.
Para Helena, que sublinhou que a situação no país é difícil, mas que os gregos não estão em "pânico", referindo-se ao encerramento dos bancos, "já chega da situação que se está a viver na Europa".
"Sei que vamos ganhar. Devíamos ganhar por 80%, mas será por menos", disse, acompanhada de uma amiga que veio de Itália, Cecília.
Já Cecília afirmou à Lusa que a Europa tem de "ser feita de pessoas".
"E essas pessoas estão aqui para dizer que querem estar juntos, já chega, que temos de mudar, e vamos tentar outro caminho", disse.
"Em Itália, Portugal, outros países, tanta gente a tentar dar uma resposta. Se a Europa das elites está contra nós, os povos desses países estão connosco", acrescentou Cecília.
Na praça Syntagma, em frente ao parlamento grego, os manifestantes pelo 'Não' às medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais da Grécia -- Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) -- brandem cartazes onde se lê "Não a um Passo Atrás", "Não à Chantagem", "Não a Todos os Memorandos" e "Não Até ao Fim".
A menos de um quilómetro dali, em frente ao estádio Panatenaico, um importante local turístico da capital grega onde se realizaram os primeiros Jogos Olímpicos modernos, em 1896, os apoiantes do 'Sim' repetem palavras de ordem a favor da Europa, por entre um mar de bandeiras gregas e de cartazes com a palavra 'Sim'.
Oradores da esquerda portuguesa, espanhola e alemã encontram-se numa tribuna da praça Syntagma, onde discursarão em defesa do 'Não', tal como o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
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