"É uma medida acertada e pertinente, porque avança no sentido de combater os efeitos nefastos para a saúde e para o ambiente do plástico reciclado que circula em Moçambique, mas o nosso princípio fundamental é de que esse tipo de medidas não deve agravar os preços ao consumidor", disse, em declarações à Lusa, o presidente da DECOM, Mouzinho Nicols.
Reiterando que a decisão é oportuna, Nicols realçou que o decreto governamental não deve levar os vendedores a entregar produtos sem a respetiva embalagem, com o argumento da interdição do saco plástico reciclado.
"É importante que se avance rapidamente para a substituição das embalagens proibidas por recipientes feitos à base de outro tipo de materiais recomendáveis", destacou o presidente da DECOM.
Por seu turno, o ambientalista moçambicano Carlos Serra também aplaudiu a medida, considerando que vai diminuir o impacto pernicioso do saco plástico reciclado sobre a saúde e ambiente.
"Estamos felizes, porque é uma medida que responde à preocupação em relação aos enormes danos causados por embalagens de plástico que circulam nas cidades do país", assinalou Carlos Serra, que recentemente liderou uma operação de limpeza para remover toneladas de lixo de algumas das principais praias do país.
O ambientalista congratulou-se com esta decisão por incentivar a produção de embalagens biodegradáveis e a retomada do hábito do uso de cesto de palha nas cidades moçambicanas.
"É uma medida fácil de aplicar, porque também ataca o problema pelo lado da produção e importação, ao impor restrições na produção de plásticos com uma determinada espessura e ao taxar a utilização do plástico reciclado", frisou Serra.
O Governo moçambicano anunciou na terça-feira a proibição do uso de sacos de plástico reciclado como recipientes de alimentos, considerando que constitui um atentado à saúde pública e provoca danos ao ambiente.
Em conferência de imprensa no final da sessão semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz do órgão, Mouzinho Saíde, afirmou que a proliferação de sacos de plástico nas cidades moçambicanas, principalmente em Maputo, também é responsável pelo entupimento de valas de drenagens e pela contaminação do mar.
"Os sacos de plástico têm causado múltiplos problemas, como o entupimento de valas de drenagem", afirmou Saíde, que é também vice-ministro da Saúde de Moçambique.
O executivo, adiantou Mouzinho Saíde, pretende tributar os sacos de plástico reciclado e imputar o custo aos consumidores, como forma de desencorajar o seu uso.
"O nosso Governo vai controlar e impor taxas à produção e importação de sacos de plástico e como alternativa vai promover o uso de sacos e cestos feitos de papel, cartão e de outros materiais biodegradáveis", assinalou o porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique.