O Supremo Tribunal israelita anunciou a sua decisão depois de um exame radiológico revelar que Mohamed Alan sofreu danos cerebrais, informou a imprensa local.
O tribunal decidiu também que se os danos cerebrais forem irreversíveis, Mohamed Alan será posto em liberdade e a sua detenção revogada.
"A condição de Alan é perigosa e pode sofrer uma rápida deterioração", assegurou à imprensa o diretor do hospital de Barzilai, na cidade israelita de Ashkelon, Hezi Levy.
O procurador-geral, Yochi Gansin, disse em tribunal que a libertação deve estar condicionada a que se demonstre que os danos cerebrais sofridos não permitam que regresse às atividades pelas quais foi detido.
Israel ainda não fez qualquer acusação formal, nem informou Mohamed Alan ou os seus advogados das provas contra ele, porque o palestiniano ainda está na situação de prisão preventiva, que permite a detenção sem julgamento e acusação durante seis meses prorrogáveis indefinidamente.
Segundo os advogados do detido, as autoridades israelitas propuseram libertar Alan no próximo 03 de novembro, quando terminar o prazo de seis meses de prisão.
Alan, advogado de 31 anos na província de Nablus e suspeito de ser membro da 'jihad' islâmica, iniciou greve de fome há dois meses em protesto contra a sua prisão preventiva.
O caso está a gerar polémica em Israel, por ser o primeiro depois de aprovada a controversa lei que legaliza a alimentação forçada para prisioneiros em greve de fome e que já foi contestada pela comunidade médica, que a considera "tortura".
Na última semana, os médicos têm administrado a Alan sais, vitaminas e água via intravenosa, mas respeitaram a sua vontade de não ingerir alimentos.