Falando no final de uma audiência concedida ao chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, no Palácio de Belém, o chefe de Estado português disse que "Portugal é solidário" com o povo guineense, referindo que a destituição do Governo era "a última coisa desejável".
"Portugal é solidário com o povo da Guiné-Bissau e consideramos que o povo da Guiné-Bissau tem tido um comportamento notável face aos acontecimentos mais recentes naquele país. Esta crise política era a última coisa que desejaríamos para a Guiné-Bissau neste momento, depois da esperança que tinha sido criada com as eleições do ano passado e depois da conferência que teve lugar em Bruxelas que disponibilizou apoios financeiros muito significativos para o desenvolvimento da Guiné-Bissau", disse Cavaco Silva.
O Presidente português sublinhou que "Portugal e Senegal continuarão a trabalhar juntos para contribuírem para a normalização da situação na Guiné-Bissau, tal como a CEDEAO, União Europeia, CPLP trabalharão em conjunto e também com o Conselho de Segurança da ONU para que os atores políticos guineenses se entendam e coloquem em primeiro lugar as suas preocupações o respeito pelo povo guineense e o seu desenvolvimento".
Em declarações aos jornalistas, o Presidente senegalês também destacou a necessidade de diálogo entre as autoridades políticas do país, visando restaurar a estabilidade e garantiu que a comunidade internacional vai continuar a trabalhar na busca de uma solução para a Guiné-Bissau.
"Esperamos que com o apoio da CPLP, União Europeia e as Nações Unidas possamos acompanhar as autoridades guineenses e a classe política a saírem desta tempestade", disse Macky Sall.
O Presidente guineense demitiu, em agosto último, o primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira, nome que voltou a ser apresentado pelo partido que venceu as eleições, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), mas que José Mário Vaz rejeitou, nomeando Baciro Djá para chefe do Governo, que tomou posse na segunda-feira.