O ataque, testemunhado pela Lusa no local, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança de Moçambique, cerca das 19:00 (18:00 em Portugal), em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
Os militares da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) responderam aos tiros e entraram no mato em perseguição dos homens da UIR, enquanto o resto da comitiva, incluindo Dhlakama, permaneceu no local.
O carro do presidente da Renamo não foi atingido, mas o motorista de um dos veículos da caravana ficou ferido com gravidade.
Um militar da Renamo avançou à Lusa a existência de outros quatro feridos entre os homens da UIR.
A comitiva retomou a sua marcha cerca das 20:30 locais para Chimoio, onde é esperada uma declaração de Dhlakama sobre o incidente.
Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
Governo e Renamo não chegaram a um entendimento sobre o desarmamento do partido de oposição, que abandonou as negociações de longo prazo com o Governo em Maputo, e nas últimas semanas têm ocorrido episódios de violência entre as duas partes na província de Tete, centro do país.
O líder da Renamo anunciou a instalação de um quartel em Morrumbala, província da Zambézia, e a criação de uma polícia própria do partido, ao mesmo tempo que se recusa a encontrar-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alegando que só o fará quando forem cumpridos integralmente o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992, e o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, em setembro de 2014