Abdullah Kurdi, pai de Aylan Kurdi, de 3 anos de idade, e de Galip Kurdi, de 5, cujos corpos foram encontrados numa praia da Turquia, já tinha afirmado, citado pela Time, que estava ao leme do barco onde seguia com os filhos quando este naufragou.
Abdullah referiu que o capitão do barco entrou em pânico por causa das ondas altas e atirou-se à água para fugir, deixando-o encarregado pela embarcação.
“Eu tomei conta do barco. As ondas eram muito altas e o barco virou. Agarrei a minha mulher e os meus filhos e apercebi-me de que estavam todos mortos”, afirmou o homem.
Agora, de acordo com a Reuters, os outros passageiros da embarcação dizem que o pai de Aylan estava organizado com os traficantes de pessoas e que esteve sempre no controlo da embarcação que tentava alcançar a Grécia.
Ahmed Hadi Jawwad e a mulher, que perderam também os dois filhos de 11 e 9 anos na travessia, afirmaram que o Abdullah entrou em pânico com uma onda maior e acelerou, sendo esta versão corroborada por um terceiro passageira não identificado.
“A história [que Adullah contou] não é verdadeira. Não sei o que o fez mentir, se calhar o medo. Ele era o condutor do barco desde o início até ao naufrágio”, indicou Ahmed, acrescentando que o homem que o pôs em contacto com os traficantes lhe dissera que era Abdullah quem estava a organizar a viagem.