"Se o governo está de acordo em relação ao acolhimento dos migrantes deve dizer se está disposto a fazer face a todas as circunstâncias, ou seja: se os polacos estão bem protegidos contra os riscos epidemiológicos", afirmou hoje o chefe de Estado à estação de televisão polaca TVN24.
"A segurança dos cidadãos é a questão mais importante", disse Duda referindo-se "à segurança material, física e sanitária".
Na semana passada, Jaroslaw Kaczynski o líder do partido conservador e populista Direito e Justiça, de que faz parte o presidente Duda, falou de preocupações semelhantes.
Kaczynski referiu-se à epidemia de "cólera nas ilhas gregas" e "à disenteria em Viena", tendo sublinhado que os "migrantes podem vir a ser portadores de todo o tipo de parasitas".
"Entre eles (refugiados) os parasitas podem não ser perigosos, mas podem vir a ser perigosos para as populações locais", afirmou o dirigente do Partido do Direito e da Justiça.
As declarações de Kaczynski foram feitas junto a um centro de refugiados onde também exigiu que o Executivo centrista de Ewa Kopacz deve dizer como pretende "defender os polacos".
As declarações provocaram fortes críticas na imprensa e junto dos políticos polacos, que recusaram a "linguagem de ódio própria da propaganda nazi que acusava os judeus de serem portadores de tifo".
Apesar das reticências em relação ao acolhimento de refugiados - a maior parte refugiados sírios vítimas da guerra civil - a Polónia acabou por aceitar receber cinco mil das 120 mil pessoas que vão ser repartidas pelos 28 Estados membros da União Europeia.
A oposição, do partido de Jaroslaw Kaczynski, disse que a decisão do Executivo foi tomada "sem o consentimento dos polacos".