O Japão tem vindo a liderar os esforços para introduzir resoluções sobre o assunto desde 1994, junto da primeira comissão da assembleia-geral da ONU, responsável pelo tema do desarmamento e segurança internacional.
As propostas têm conseguido sempre o apoio da assembleia-geral da ONU. No entanto, pela primeira vez, foram referidos os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, o que não agradou ao enviado chinês à ONU, que considerou uma tentativa de descrever o Japão como uma vítima da II Guerra Mundial.
"Focarem-se apenas em Hiroshima e Nagasaki, esquecendo o caos infligido a outros países, é uma afronta à memória" das vítimas da II Guerra Mundial, disse o embaixador de Pequim para os Assuntos de Desarmamento, Fu Cong, indicando que a "amnésia coletiva" devia ser evitada.
A proposta foi apoiada por 156 países, com 17 abstenções e três votos contra.
Nenhum dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos -- apoiou o documento deste ano.
Reino Unido, França e Estados Unidos abstiveram-se depois de terem apoiado a iniciativa japonesa no ano passado. Já a China e a Rússia, que se abstiveram em 2014, votaram agora conta, juntamente com a Coreia do Norte.
O documento lembra que este ano se assinala o 70.º aniversário dos "bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki", pedindo que se intensifiquem os esforços para uma "consciencialização do impacto humanitário do uso de armas nucleares, incluindo através de visitas de líderes, e outros, a cidades devastadas pelo uso de armas nucleares, e de testemunhos de sobreviventes da bomba atómica".