Até ao dia de hoje não era conhecida a identidade do herói do Estádio de França. Mas o Daily Mail conseguiu localizar o homem que evitou uma enorme tragédia na noite de 13 de novembro em Paris, onde 130 pessoas morreram após vários atentados.
Salim Toorabally, de 42 anos, é um emigrante que vive do seu trabalho como segurança. Vive numa pequena casa com a sua mulher Bibi, de 55 anos, e a filha de ambos Yza, de 15 anos.
Numa entrevista exclusiva ao jornal britânico, Salim insiste ser um “homem normal", que apenas fez o seu trabalho. No entanto, foi Salim que impediu a entrada de Bilal Hadfi no Stade de France. Hadfi foi um dos terroristas que se fez explodir junto ao estádio.
“Foi chocante. Só pensava que se o tivesse deixado entrar, teria sido cúmplice de assassinato de várias pessoas inocentes. Centenas de pessoas teriam morrido”, relata.
No Stade de France decorria o jogo amigável entre a França e a Alemanha, e Salim fazia parte de uma equipa de 150 seguranças. Há dez anos que trabalhava para esta empresa de segurança, mas este era o seu primeiro turno no estádio.
Bilal Hadfi, de 20 anos, deveria ter entrado no estádio às escondidas para detonar o explosivo que trazia ao peito. Quando Salim viu o jovem árabe, com um casaco preto, a tentar passar no torniquete de outro adepto, o segurança parou-o com o braço.
O terrorista insistiu ter um bilhete mas que estava à espera da chegada do primo, contudo Salim não acreditou na história e recusou a entrada.
Para o segurança, o comportamento do jihadista era estranho, até porque parecia bastante interessado nas medidas de segurança. Fez várias chamadas e dez minutos depois viu o jovem a tentar passar novamente por outro torniquete.
O segurança alertou de imediato os seus colegas, mas Hadfi percebeu o que se estava a passar e pôs-se em fuga.
Passados 50 minutos, o segurança ouviu a primeira das três explosões que se seguiram.
Salim acabou por identificar o homem, contando às autoridades ter estado cara-a-cara com o bombista. “Nunca na minha vida senti tanto medo. Senti-o no meu estômago. Tive medo de morrer. Pensei na minha família, na minha mulher e filha. Mas depois o meu pensamento foi para a pessoa mais importante no jogo, o presidente François Hollande”, recorda.
O segurança ajudou ainda algumas pessoas que ficaram feridas após as explosões que aconteceram perto do estádio.
“Desde então que não consigo dormir. Lembro-me sempre daquele dia”, revela.