Eritreus na Europa fogem da tropa e de trabalho forçado

A Amnistia Internacional alertou hoje que os eritreus que chegam à Europa fogem do serviço militar obrigatório por tempo indeterminado e que inclui trabalhos forçados.

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Lusa
01/12/2015 23:40 ‧ 01/12/2015 por Lusa

Mundo

Amnistia Internacional

Apesar de a Eritreia afirmar que limitou o serviço militar obrigatório a 18 meses, a Amnistia Internacional acusa o país de o manter como indefinido e de recrutar crianças até aos 16 anos, bem como idosos, para muitas vezes fazerem o equivalente a "trabalhos forçados".

"O enorme número de jovens que fogem do serviço militar obrigatório por tempo indeterminado na Eritreia está a contribuir para a crise global dos refugiados. Aquelas pessoas têm direito a proteção internacional", alerta num relatório a Amnistia Internacional.

A Eritreia tem defendido a sua política de serviço nacional ao longo de décadas, justificando-a com as ameaças da Etiópia. Por causa disso cerca de cinco mil pessoas fogem mensalmente do país.

"O serviço militar obrigatório continua a ser por tempo indeterminado para um elevado número de recrutas e às vezes dura décadas", refere a Amnistia Internacional.

Segundo o relatório, durante o serviço militar, as famílias são divididas, os recrutas mal pagos e muitas vezes ficam retidos durante anos. Os que tentam fugir são presos em "celas subterrâneas" ou em contentores para transporte em navios.

No passado, as equipas de futebol inteiras da Eritreia fugiam quando vinham jogar em torneios no estrangeiro.

O relatório da Amnistia Internacional, baseado em entrevistas a 72 eritreus que fugiram do país desde 2014, refere que a mudança política na Eritreia apenas foi retórica.

"Não houve mudanças percetíveis, o sistema continua a elevar o trabalho forçado e a violar o direito internacional", refere.

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