Clima: 185 países apresentaram compromissos para a redução de emissões

Cerca de 185 países apresentaram à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris, compromissos para reduzir emissões de gases em 2015-2030, insuficientes para manter o aquecimento global nos dois graus Celsius.

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Lusa
12/12/2015 13:29 ‧ 12/12/2015 por Lusa

Mundo

Cimeira

Se todos estes compromissos forem alcançados, noticia a AFP, o planeta atingirá um aquecimento global de mais três graus Celsius em relação ao nível pré-industrial, e nada será feito contra uma subida de quatro a cinco graus Celsius.

O projeto de acordo final visa conter o aquecimento global abaixo dos dois graus Celsius e limitá-lo aos 1,5 e prevê uma verba de 100 mil milhões de dólares (90,9 mil milhões de euros) por ano para os países em desenvolvimento a partir de 2020.

Os 185 Estados cobrem a quase totalidade das emissões globais de gases que causam o efeito de estufa.

1 -- China

O maior emissor mundial (cerca de um quarto das emissões) compromete-se, pela primeira vez, a limitar as suas emissões, o mais tardar em 2030, depois de durante muito tempo o ter recusado, em nome dos imperativos do desenvolvimento.

A China é o maior consumidor mundial de carvão, a energia mais prejudicial, e, ao mesmo tempo, o primeiro investidor nas energias renováveis, Pequim quer reduzir entre 60 e 65 por cento a sua "intensidade de carbono" (emissões de CO2 referenciados ao crescimento) em 2030, relativamente a 2005.

2 -- Estados Unidos

O segundo maior poluidor mundial promete reduzir entre 26 e 28% as suas emissões até 2025 em relação a 2005. Esse objetivo fica abaixo dos países europeus, mas acima das anteriores propostas de Washington. "Os Estados Unidos agora, pelo menos, apresentam um plano credível", disse Jennifer Morgan, do Instituto de Recursos Mundiais, acrescentando que a administração do Presidente Obama é "a primeira a enfrentar o problema."

3 -- União Europeia

No início de março, a União Europeia (emitindo cerca de 10% das emissões, ocupava o 3.º lugar) foi a primeira potência a apresentar um plano: reduzir em pelo menos 40% até 2030 as suas emissões em relação a 1990.

"Estes compromissos visam incutir uma dinâmica positiva, mas estes países poderão melhorar as suas contribuições", a firmou a Fundação Hulot, enquanto centro de investigação da Climate Action Tracker considera que este nível de compromisso "médio".

4 -- Índia

A Índia promete reduzir a sua "intensidade de carbono" em 35% até 2030, em relação aos níveis de 2005, mas sem fixar como objetivo a redução global das emissões.

Nova Deli conta com as energias renováveis que produzirão 40% da sua eletricidade até 2030, reconhecendo a sua dependência do carvão (duplicando a prodição prevista até 2030)

5 -- Rússia

O quinto emissor mundial garante uma redução entre os 35 e os 30% entre 1990 e 2030.

Se se retirar o impacto positivo gerado pelas suas vastas florestas, esta é apenas uma redução das emissões de gases com efeito de estufa industriais por seis a 11%, destacou a Climate Action Tracker, que considera este esforço inadequado.

6 -- Japão

Tóquio promete reduzir as emissões em 26% entre 2013 e 2030, contando com o retorno da energia nuclear, referindo-se que a central de Fukushima não está em funcionamento.

As organizações não-governamentais julgam insuficiente o projeto nipónico, grande consumidor de carvão.

7 - Brasil

O Brasil (03% das emissões) anunciou que pretende reduzir em 43% as suas emissões até 2030 em relação ao nível de 2005, e promete diversificar as fontes de energias renováveis.

Esse plano foi logo bem acolhido no início da cimeira, afirma a AFP.

8 -- Irão

Teerão compromete-se a reduzir até 2030 as suas emissões em 04%.

O oitavo poluidor mundial evoca um esforço suplementar de 08% sob reserva de apoio finanaceiro e o levantamento de todas as "sanções injustas".

9 -- Indonésia

Jacarta anuncia menos 29% de emissões em 2030, número que poderá passar a menos 41% se obtiver ajudas financeiras.

10 -- Canadá

O anterior Governo de Otava (conservador), que decidiu abandonar o Protocolo de Quioto, tinha anunciado uma redução das emissões de 30% até 2030, relativamente a 2005.

Essa contribuição foi considerada insuficiente pelas organizações não--governamentais face ao peso da produção de petróleo a partir de areias betuminosas.

O novo executivo (liberal) prometeu rever o documento.

OUTROS

Numerosos países em vias de desenvolvimento divulgaram os seus compromissos, todos condicionados ao envio de ajudas.

O México foi o primeiro de entre os países emergentes a fazê-lo, e o Gabão doi o primeiro Estado africano.

Em conjunto, o documento da Etiópia e o de Marrocos estão entre os raros que as organizações não-governamentais qualificam como suficientes.

O Reino da Arábia Saudita foi o último Estado-Membro do G-20 a enviar o seu plano, no passado dia 10 de novembro.

Entre os 10 países absentistas, a Nicarágua explicou que esperava que a ONU fixasse quotas o mais rapidamente possível, além da Venezuela, Coreia do Norte, Líbia e República do Nepal.

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