"O fator que não ajuda é a ideia de exclusividade que os norte-americanos têm de si próprios; lutam contra o terrorismo de uma forma que só eles decidem, e sentem-se capazes de convencer todos os outros", disse Sergei Lavrov em entrevista ao canal de televisão 'Zvezdá'.
A coligação interancional que lideram na Síria e no Iraque, acrescentou, está formada sob o prisma dos Estados Unidos, que negam qualquer legitimidade ao presidente sírio, Bashar al Assad, e por isso dificulta qualquer acordo com as autoridades deste país árabe.
Muitos membros da coligação, "incluindo membros europeus da NATO, queriam fazer bem as coisas, ir ao Conselho de Segurança da ONU" para pedir autorização à comunidade internacional, mas os Estados Unidos insistem que "Asad é ilegítimo e não pode haver nenhum acordo".
"A arrogância da coligação dirigida pelos EUA, que dizem saber onde estão os terroristas na Síria, que se pode bombardear sem pedir autorização ao Governo" de Damasco, permite ao Governo turco, que entrou com as suas tropas no norte Iraque perante a oposição de Bagadade, atuar com a mesma impunidade, acrescentou Lavrov.
Washington tolera a intervenção russa na Síria, mas rejeita partilhar informação com Moscovo e diz que os russos têm entre os seus objetivos não apenas os terroristas do Estado Islâmico, mas também a oposição armada moderada que quer derrubar Assad.