"Necessitamos de sinais claros, e uma vala seria um sinal", disse Friedrich em declarações ao canal Phoenix, a televisão pública alemã.
A União cristã-social (CSU), o partido de Friedrich, é considerada a ala bávara da União cristã-democrata (CDU) de Merkel e integra a atual coligação de Governo na Alemanha, com três ministérios.
No entanto, e em relação à política de refugiados, a CSU distanciou-se de Merkel e desde há meses que exige uma política mais restritiva, à semelhança dos setores mais conservadores da CDU.
Friedrich disse hoje que a maioria dos deputados da coligação ainda apoia Merkel, mas admitiu que a situação pode alterar-se.
"A maioria está a enfraquecer, e quando a maioria mudar os seus responsáveis, terão de alterar a sua política", disse Friedrich.
O ex-ministro asseverou que as dúvidas face à política de refugiados de Merkel não se limitam à CDU-CSU mas também começar a surgir no interior do Partido social-democrata (SPD), que também integra a "grande coligação" no poder.
"O SPD ficará sob pressão, as pessoas comuns, da rua, são as que mais sofrem com a atual política de asilo", disse.
Friedrich também reiterou a proposta do seu partido de estabelecer um limite máximo de refugiados que a Alemanha deve receber anualmente.
Merkel rejeitou essa proposta em diversas ocasiões, alegando que o direito de asilo é algo que não deve conhecer limites máximos.
O político bávaro também se referiu ao crescente reforço nas sondagens do partido populista de direita Alternativa pela Alemanha (AfD), que tem na rejeição da política de refugiados a sua principal bandeira eleitoral.
Friedrich considerou ainda ser possível parar esta progressão do AfD antes das eleições legislativas de 2017, mas considerou que será necessário "levar os cidadãos a sério".
Os estudos de opinião indicam que o AfD garante anualmente cerca de dez por cento das intenções de voto.