Ex-ministro do governo de Merkel pede construção de vala na fronteira

O deputado social-cristão alemão Hans-Peter Friedrich, ex-ministro do Interior no segundo governo de Angela Merkel, pediu hoje a construção de uma vala na fronteira para travar o fluxo de refugiados.

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Lusa
25/01/2016 18:56 ‧ 25/01/2016 por Lusa

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"Necessitamos de sinais claros, e uma vala seria um sinal", disse Friedrich em declarações ao canal Phoenix, a televisão pública alemã.

A União cristã-social (CSU), o partido de Friedrich, é considerada a ala bávara da União cristã-democrata (CDU) de Merkel e integra a atual coligação de Governo na Alemanha, com três ministérios.

No entanto, e em relação à política de refugiados, a CSU distanciou-se de Merkel e desde há meses que exige uma política mais restritiva, à semelhança dos setores mais conservadores da CDU.

Friedrich disse hoje que a maioria dos deputados da coligação ainda apoia Merkel, mas admitiu que a situação pode alterar-se.

"A maioria está a enfraquecer, e quando a maioria mudar os seus responsáveis, terão de alterar a sua política", disse Friedrich.

O ex-ministro asseverou que as dúvidas face à política de refugiados de Merkel não se limitam à CDU-CSU mas também começar a surgir no interior do Partido social-democrata (SPD), que também integra a "grande coligação" no poder.

"O SPD ficará sob pressão, as pessoas comuns, da rua, são as que mais sofrem com a atual política de asilo", disse.

Friedrich também reiterou a proposta do seu partido de estabelecer um limite máximo de refugiados que a Alemanha deve receber anualmente.

Merkel rejeitou essa proposta em diversas ocasiões, alegando que o direito de asilo é algo que não deve conhecer limites máximos.

O político bávaro também se referiu ao crescente reforço nas sondagens do partido populista de direita Alternativa pela Alemanha (AfD), que tem na rejeição da política de refugiados a sua principal bandeira eleitoral.

Friedrich considerou ainda ser possível parar esta progressão do AfD antes das eleições legislativas de 2017, mas considerou que será necessário "levar os cidadãos a sério".

Os estudos de opinião indicam que o AfD garante anualmente cerca de dez por cento das intenções de voto.

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