"Condenamos os ataques que ocorreram esta manhã em Bruxelas. Prestamos as nossas condolências ao povo belga. Convido toda a humanidade para reagir em uníssono perante todo o tipo de terrorismo", disse Davutoglu em declarações no parlamento, divulgados pela página digital do diário Hurriyet.
O primeiro-ministro também aproveitou para censurar "os académicos" da Turquia que "não disseram uma palavra crítica sobre o PKK", numa referência e uma petição contra a guerra civil no sudeste do país, e assinada por cerca de mil professores universitários turcos.
No domingo, as autoridades turcas convocaram o embaixador belga em Ancara para protestarem pela presença de simpatizantes do PKK com uma faixa junto do edifício em Bruxelas onde decorreu a cimeira UE-Turquia sobre refugiados, e na presença de Davutoglu.
O último atentado suicida na Turquia, no sábado passado em Istambul, foi atribuído ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), enquanto o anterior, que provocou 37 mortos em Ancara a 13 de março, foi reivindicado pelos Falcões da Liberdade do Curdistão, um grupúsculo radical que cindiu do PKK.
O primeiro-ministro turco considerou que "esta rápida sucessão de atentados mostra como trabalham: por vezes o Daesh [acrónimo árabe do EI] surge em ajuda do PKK, e de forma constante são ajudados pelo 'Estado paralelo'", numa referência às redes de simpatizantes do pregador islamita exilado Fathullah Gulen -- antigo aliado e hoje um dos principais inimigos do Presidente e homem-forte da Turquia, Recep Tayyip Erdogan -- e a quem não se reconhecem atos violentos.
No entanto, os setores marxistas curdos, muitos deles ativistas do Partido Democrático dos Povos (HDP, esquerda e terceira força política do país) são acérrimos críticos das redes 'jihadistas' e foram o alvo de primeiro atentado suicida do EI na Turquia em julho de 2015 na região de Suruç, perto da fronteira síria, com um balanço de 33 mortos e centenas de feridos.