A medida, já classificada como "histórica" pelos partidos defensores dos direitos dos animais em Espanha, significa que os populares de Tordesillas já não poderão matar o animal durante os festejos (normalmente espetado com lanças).
No entanto, ainda se autoriza que o touro seja solto e conduzido por populares por um percurso pré-definido. A decisão de realizar o evento mesmo nessas circunstâncias cabe à câmara local.
O Regulamento de Espetáculos Taurinos inclui uma proibição genérica de matar em público animais que participem em espetáculos taurinos populares (como largadas ou garraiadas), mas havia uma exceção para o Torneio do Touro de la Vega.
A Junta de Castilla e León (governada pelo Partido Popular, PP) eliminou essa exceção, após pressão de vários grupos defensores dos direitos dos animais.
Nos últimos anos, a largada do Touro de la Vega causou vários distúrbios entre adeptos dos festejos e elementos contra as touradas, incluindo agressões verbais e físicas.
O candidato do PSOE (partido socialista espanhol) a Presidente do Governo, Pedro Sánchez, já tinha anunciado a sua intenção de proibir o Touro de la Vega caso chegasse ao poder.
O torneio do Touro de la Vega é um evento taurino de origem medieval, celebrado na terça-feira da segunda ou terceira semana de setembro, integrado nas festas de Nossa Senhora Virgem da Peña.
O torneio consiste numa perseguição a um touro - que larga da praça de Tordesillas - ao longo de um percurso que termina no rio Douro.
Nesse percurso é espetado por picadores e "lanceadores", que o tentam matar. Caso o touro consiga passar os limites pré-definidos do percurso já não pode ser morto.
O touro Rompesuelas poderá assim converter-se no último animal que morreu espetado com uma lança em Tordesilhas, na edição de 2015.
"Isto é fruto de um trabalho de 10 anos. Estamos a lutar por isto há uma década e é um dia histórico para todos os defensores dos direitos dos animais", sublinhou o vice-presidente do Partido Animalista (Pacma), Luis Víctor Moreno, ao jornal El Mundo.
O mesmo responsável do Pacma considerou ainda que esta decisão é "apenas um passo prévio à proibição total de todos os festejos em que se utilizam animais".
O movimento Igualdade Animal também aplaudiu a medida de proibir a morte do touro, mas considerou-a apenas o princípio.
"Está bem que se proíba a morte, mas não nos podemos esquecer que a motivação da norma é manter o festejo", contrapôs o movimento, sublinhando que se trata de um espetáculo que "não tem cabimento no mundo atual".