No total, 18,5 milhões de privilegiados detêm 47% da riqueza do mundo acumulada em rendimentos, depósitos bancários ou títulos da bolsa. No seu conjunto representam 78,8 biliões de dólares (69,4 biliões de euros), um pouco mais que o PIB mundial, precisa o relatório hoje publicado.
Os Estados Unidos albergam o maior número de milionários, oito milhões, seguidos pela China, dois milhões, mas é no Liechtenstein e na Suíça que, em proporção, estão mais presentes.
A extrema concentração de riqueza é particularmente assinalável na América do norte, onde os 60,4 biliões de dólares (53,1 biliões de euros) acumulados em fortunas privadas estão detidos em 63% por milionários. Esta proporção, a mais forte do mundo, deverá inclusive atingir 69% em 2020, segundo as previsões do BCG.
O relatório regista que o ano de 2015 registou um aumento da riqueza privada de "apenas" 5,2%, contra 7% em 2014 e em particular nos "mercados desenvolvidos", devido designadamente às turbulências financeiras, instabilidade política e sanções económicas.
Segundo o relatório, a riqueza cumulada nos centros "offshore", que oferecem fraca fiscalidade e discrição aos não-residentes, progrediu por sua vez em 3% no espaço de um ano, para atingir perto de 10 biliões de dólares (8,8 biliões de euros).
A Suíça permanece o destino "offshore" privilegiado das grandes fortunas, à frente de Singapura e Reino Unido.
O relatório prevê que este setor continue a progredir nos próximos anos, apesar das "medidas de regulação destinadas a combater a evasão fiscal".
As revelações dos "Panama Papers" revelaram a utilização em larga escala dos centros "offshore" para escapar ao fisco, forçando diversas instituições internacionais a anunciar um novo plano para combater estas práticas.