Roupa da Benetton encontrada nos destroços em Bangladesh

Camisas com etiquetas da Benetton foram encontradas nos escombros do prédio de fábricas têxteis que se desmoronou do Bangladesh na quarta-feira matando 376 pessoas, depois de a marca italiana ter negado usar aquele fornecedor, informou a AFP.

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Lusa
28/04/2013 14:20 ‧ 28/04/2013 por Lusa

Mundo

Fábrica

Um fotógrafo da agência francesa captou imagens de camisas azuis com a etiqueta "United Colors of Benetton" nas ruínas do edifício onde operava a fábrica de roupa New Wave Bottoms, que inclui o grupo italiano na lista de clientes disponível no seu 'site'.

Contactada hoje pela AFP, a marca italiana não respondeu, mas na semana passada, questionada sobre as suas ligações, a companhia informou que "pessoas envolvidas no colapso da fábrica no Bangladesh não eram fornecedoras do Grupo Benetton".

A AFP recebeu ainda cópias de documentos da fábrica que parecem mostrar uma encomenda de 30.000 produtos feita pela Benetton em Setembro último.

Estes documentos foram enviados à empresa italiana, que não respondeu a repetidos 'emails'.

A loja britânica de roupa barata Primark já admitiu que tinha um fornecedor no edifício, que ruiu na quarta-feira num acidente que motivou novas críticas contra as grandes marcas internacionais de roupa, acusadas de pôr os lucros à frente da segurança ao usar fábricas no Bangladesh onde os trabalhadores recebem menos de 40 dólares por mês.

No sábado, manifestantes concentraram-se em frente à loja da Primark em Oxford Street, com cartazes em que podia ler-se "Adoro a Moda, Odeio 'Sweatshops'" e "Vergonha da Primark".

A espanhola Mango também já admitiu ter feito encomendas no edifício Rana Plaza e a AFP encontrou roupa com etiquetas da norte-americana Cato.

O grupo de ativistas 'Clean Clothes Campaign' disse que a britânica Bon Marche, a espanhola El Corte Ingles e a Joe Fresh, uma marca de roupa que se vende numa cadeia de supermercados canadiana - também já confirmaram ligações às fábricas do Rana Plaza.

A norte-americana Walmart já informou estar a investigar acusações de que teria fornecedores sediados no edifício.

Em Novembro, a Walmart admitiu que produtos seus foram encontrados numa fábrica onde 111 pessoas morreram num incêndio, mas acrescentou que o trabalho tinha sido subcontratado sem autorização por um dos seus fornecedores oficiais.

Este sistema de 'outsourcing' oficioso é comum numa indústria em que os fabricantes estão sujeitos a uma enorme pressão para cortar preços e cumprir prazos, dizem os activistas.

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