Os deputados aprovaram por larga maioria a confiança ao governo, com 453 “sim” quando eram requeridos 303 votos, enquanto os senadores votam na terça-feira.
Depois de ter prestado o juramento, Letta garantiu, no que foi o seu primeiro discurso aos deputados, que pretende resultados das reformas económicas, sociais e políticas em 18 meses. Se fracassar, disse que ia “tirar todas as consequências”.
O primeiro-ministro italiano, mal tomou posse e já está fazer mexidas, pelo menos, em algumas ‘cadeiras do poder’. O governante fez saber que a primeira medida do executivo que lidera assenta em suspender os ordenados dos ministros que, ao mesmo tempo, desempenhem funções de deputados.
Democrata-cristão de esquerda, Letta proclamou: “Ousemos fazer grandes coisas”.
Reclamando usar uma “linguagem da verdade”, Letta disse que “a Itália está a morrer por causa da austeridade” e que “as políticas de relançamento não podem esperar”.
Apesar de se considerar “europeu e europeísta” [favorável a uma federação europeia], Letta, que anunciou deslocações iminentes a Berlim, Bruxelas e Paris, criticou uma União Europeia “em crise de legitimidade, no momento em que os cidadãos mais precisam dela”.
“Dar o exemplo” foi também o mote evocado pelo novo primeiro-ministro de Itália, para sustentar a supressão dos vencimentos dos ministros que também sejam deputados.
As primeiras medidas a serem anunciadas pelo seu governo parecem pois querer transmitir sinais de efectiva mudança naquele território, que anda à deriva do ponto de vista político desde as últimas eleições legislativas. Ao fim de dois meses de impasse, Letta foi escolhido para chefiar o primeiro governo de unidade esquerda-direita do pós-guerra.