"Da indignação à rebelião" foi a palavra de ordem sob a qual marcharam os manifestantes que se dirigiram à Porta do Sol em Madrid, local emblemático do movimento, onde o aniversário foi assinalado com um minuto de silêncio às 20h00 locais, 21h00 em Lisboa.
"A luta continua", "Juntos, é possível", "Eles chamam democracia mas esta não é uma", foram frases exibidas nos cartazes dos protestantes de todas as idades, saídos de diversos pontos da capital espanhola para o mesmo local de confluência.
Foram convocadas manifestações numa trintena de cidades espanholas, entre as quais a capital da Catalunha, Barcelona.
O Movimento dos Indignados, espontâneo e apolítico, ergueu-se há dois anos contra o desemprego, a corrupção e o excesso de liberalismo, surpreendendo um país que até então, apesar da crise e do descontentamento, mal se tinha manifestado.
Desde então, o desemprego aumentou ainda mais em Espanha, alcançando agora uma taxa recorde de 27,16%, afectando 6,2 milhões de trabalhadores activos numa população com 45 milhões de pessoas.
Apesar do mal-estar social, os Indignados, que respondem a uma estrutura horizontal e recusam constituir-se como partido, perderam muita visibilidade e já não conseguem mobilizar as massas que respondiam aos seus apelos de protesto nos primeiros meses de existência.
O movimento "já não é o mesmo, mudou de forma", afirmou, em Madrid, à AFP, Irene de la Torre, uma professora no desemprego com 26 anos.
"As forças foram para outro lado", acrescentou, nomeadamente para as "assembleias de bairro" e para as organizações que lutam contra os despejos por falta de pagamento de rendas.