No documento, disponível no site da AP, o presidente da agência, Gary Pruitt, critica a “intrusão massiva e sem precedentes” do Departamento de Justiça às “actividades de recolha de notícias da AP”
O responsável conta que na passada sexta-feira uma conselheira da agência foi informada de que “em tempo indeterminado no início do ano o Departamento [de Justiça] obteve registos telefónicos de mais de 20 linhas telefónicas atribuídas à AP e aos seus jornalistas”.
“Não há justificação possível para uma recolha tão vasta das comunicações telefónicas da AP e dos seus jornalistas. Os registos podem revelar conversas tidas com fontes confidenciais durante a actividade jornalística levada a cabo pela AP durante dois meses, providenciam um mapa para as operações jornalísticas da AP e divulgam informação sobre as actividades da AP que o governo não tem o direito de saber”, refere Pruitt na carta dirigida ao procurador Eric Holder do Departamento da Justiça.
Pruitt considera que esta acção do departamento é uma “séria interferência aos direitos constitucionais” da agência e exige que todos os registos telefónicos sejam devolvidos e destruídas as cópias.
Até ao momento, e segundo a agência EFE, o Departamento da Justiça ainda não se pronunciou sobre a situação.
O congressista republicano da Califórnia Darrel Issa, presidente do Comité de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara de Representantes, criticou a administração do Presidente Obama pelas revelações da AP.
“Os norte-americanos deviam tomar nota que os funcionários de alto nível da administração Obama se vêem a si mesmos como estando acima da lei e sentem-se encorajados pela crença de que não têm de responder perante ninguém”, referiu Issa em comunicado citado pela EFE.