Austeridade: a epidemia que mata

Nunca a relação directa entre a economia e a saúde pública foi tão tóxica e devastadora: a austeridade mói, dói e mata. Dois investigadores das universidades de Oxford e Stanford lançaram um livro que promete alertar sobre o impacto que a austeridade provoca não só na saúde da economia como também na saúde das pessoas. A política fiscal pode mesmo ser uma questão de vida ou de morte.

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Notícias Ao Minuto
18/05/2013 08:46 ‧ 18/05/2013 por Notícias Ao Minuto

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Dois investigadores universitários, David Stuckler e Sanjay Basu, lançaram o livro ‘The Body Economic: Why Austerity Kills’ (O Corpo Económico: Porque a Austeridade Mata) que prova que a austeridade mata, mesmo. Existe uma relação directa, e agora comprovada, entre os cortes na saúde e na protecção social com o aumento de doenças ou mesmo de suicídios, escreve o Dinheiro Vivo.

A correlação entre o desemprego e o suicídio tornou-se mais notória a partir do século XIX, onde as pessoas que procuram emprego têm duas vezes mais probabilidade de colocarem termo à vida. E exemplo disso são os casos de suicídio, relatados no último ano, que assolam os países mais afectados com a crise económica na Europa, como é o caso de Espanha, Itália e Grécia.

O desemprego é talvez a principal consequência de uma crise económica e vê-se cada vez mais afectado com o aumento das medidas de austeridade. Trata-se de uma pandemia, que os dois estudiosos defendem ser a causa número um para a existência de depressões, ansiedade, ataques cardíacos, alcoolismo e pensamentos suicidas.

Prova disso é a diferença entre os países que se encontram sob resgate e aqueles que vão escapando às medidas de austeridade: os países que cortaram nos orçamentos da saúde e protecção social sofreram consequências muito piores de saúde do que nações como Alemanha, Islândia ou Suécia.

A austeridade leva ainda ao excessivo consumo de drogas. Segundo os dois estudiosos deste livro, e citados pelo Dinheiro Vivo, as novas infecções por VIH, na Grécia, mais do que duplicaram em resultado do aumento do consumo por via intravenosa e da redução dos programas de troca de agulhas.

O livro, que chega a Portugal no próximo dia 21, faz a comparação directa entre a situação social, sanitária e económica entre os países mergulhados em medidas de austeridade e aqueles que, de alguma maneira, conseguem escapar à crise económica que assola o início desta década.

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