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Asma Jahangir salienta "longo caminho" a percorrer nos Direitos Humanos

As vencedoras do prémio Norte-Sul do Conselho da Europa alertaram hoje para violação dos direitos humanos, com a ativista e advogada paquistanesa Asma Jahangir a sublinhar o "longo caminho" que ainda tem de ser percorrido.

Asma Jahangir salienta "longo caminho" a percorrer nos Direitos Humanos
Notícias ao Minuto

19:05 - 21/05/13 por Lusa

Mundo Prémios

Em intervenções emotivas, a ativista paquistanesa Asma Jahangir e a médica italo-suíça Monika Hauser falaram sobre as suas experiências no terreno, com mulheres vítimas de violência e violações, relatando casos concretos.

Entre outros, Asma Jahangir falou da história de uma mulher paquistanesa com seis filhos que se quis divorciar e a quem questionou sobre a sua decisão.

"Disse-me que mulheres morriam por se divorciarem, mas também havia mulheres que morriam porque estavam casadas", contou Asma Jahangir, que logo no inicio do seu discurso falou do "longo caminho" que tem ainda de se percorrer no respeito pelos direitos humanos e pelos direitos das mulheres.

Recordando que na escola lhe ensinaram que as mulheres "boas" eram aquelas que eram agredidas mas que nada diziam, que ficavam em silêncio, a advogada do Supremo Tribunal do Paquistão frisou que essa é uma lógica que não está apenas presente no seu país.

Contudo, ressalvou, a par das mulheres que ficam em silêncio, existem as que têm coragem, as que "olham nos olhos".

"Têm uma força que inspira", salientou.

Numa intervenção igualmente ‘viva', a ginecologista e diretora da associação de apoio às mulheres "medica mondiale" Monika Hauser, falou das violações que continuam a ser uma realidade no século XXI, lembrando que na guerra da Bósnia entre 20 a 50 mil mulheres de todas as idades foram violadas e torturadas.

"As violações também aconteceram na guerra na Líbia e as mulheres estão neste preciso momento a ser violadas na Síria", acrescentou, sublinhando que a violação é também utilizada como uma estratégia para atingir fins políticos e militares específicos.

Contudo, continuou, este tipo de violência não acontece só em cenários de guerra e, por exemplo na Alemanha, num inquérito realizado em 2004, cerca de 40 por cento das mulheres admitiram que já tinham sido sujeitas a violência física ou sexual desde os 16 anos.

"Estou aqui a falar destes factos para garantir que ninguém tem a brilhante ideia de dizer que esta é um problema menor, marginal ou um assunto de mulheres", disse, notando que atrás de cada estatística estão "mulheres sobreviventes, que têm se carregar com as consequências destes atos para o resto das suas vidas".

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