O tubarão Anequim (Isurus oxyrhynchus) pode atingir velocidades superiores a 60 quilómetros por hora e tem a pele revestida por ‘dentículos’ (formações ósseas quase microscópicas) com forma e disposição específica nas várias partes do corpo de modo a facilitar a deslocação através da água.
De acordo com o chefe da equipa de investigação, Jesus Maria Blanco, citado pela agência Efe, materiais desenvolvidos com base na estrutura da pele dos anequins poderão tornar os cascos dos navios mais eficientes, com ganhos em termos de consumo de combustíveis no caso de navios de carga e melhor desempenho em embarcações de competição.
A investigação, conduzida no departamento de engenharia Nuclear e Mecânica dos Fluidos Escola Superior de Engenharia de Bilbau, foi iniciada há cerca de cinco anos e vai ser apresentada na sexta-feira num congresso científico na cidade do norte de Espanha.
Os engenheiros estão principalmente interessados na estrutura da pele no nariz e nas barbatanas dos tubarões, duas áreas onde o atrito na água é mais pronunciado.
A investigação está ser realizada a partir de modelos de computador em três dimensões realizados a partir da digitalização completa dos corpos de dois tubarões capturados.
Jesus Maria Blanco reconheceu que apesar de a investigação já durar há algum tempo, a sua equipa ainda está "longe" de compreender os mecanismos hidrodinâmicos dos anequins, incluindo por exemplo se os tubarões são capazes de alterar a disposição dos 'dentículos' conforme as necessidades de deslocação.