Pais e professores receiam impacto de novas realidades

O receio de faltarem funcionários na abertura das escolas, turmas sobrelotadas e mais horas de trabalho para as famílias estão entre as principais preocupações de pais e dirigentes escolares para o ano lectivo prestes a começar.

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Lusa
02/09/2013 10:41 ‧ 02/09/2013 por Lusa

País

Novo ano lectivo

“O grande problema vai ser a questão do pessoal não docente, apesar de não se falar muito nisso”, disse à agência Lusa o presidente do Conselho das Escolas, Manuel Esperança.

“Penso que não vai ser fácil o lançamento do ano letivo, devido à falta de pessoal não docente”, referiu.

As escolas já receberam do Ministério da Educação a informação sobre o número de funcionários que podem solicitar através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), segundo os diretores.

A prática tem vindo a ser seguida nos últimos anos para colmatar a falta de funcionários nas escolas, mas as colocações podem chegar “muito em cima” da abertura do ano letivo, teme Esperança.

O docente alerta também que estas pessoas, não sendo assistentes operacionais, podem recusar o trabalho que lhes for determinado quando chegarem às escolas.

“Mais uma vez, as escolas vão socorrer-se daquelas pessoas que estão desempregadas”, afirmou Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

“Sente-se um clima de insegurança, de incerteza, sobre aquilo que vai acontecer”, disse, manifestando esperança de que no dia 16 todos os alunos tenham os professores colocados.

As turmas, revelou, vão estar mais cheias. Há muitas transferências do ensino privado, por culpa da crise, mas também porque os pais reconhecem qualidade à escola pública, defende.

Filinto Lima sublinha que a escola pública oferece qualidade e diversidade: “É importante para a vida e para o crescimento das pessoas. Os meninos, no futuro, vão lidar com toda a gente, não só com quem tem dinheiro”.

Os pais, por seu lado, veem o horário de trabalho aumentado na mesma proporção em que as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) são reduzidas: uma hora.

“Vai ser outro problema, que não sei como se dará resposta”, declarou Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).

Por estas incertezas o dirigente da CONFAP espera “um setembro quentinho”.

“Estamos um pouco expectantes e temos alguma perplexidade em relação ao lançamento do ano letivo”, frisou, referindo-se a diversas medidas que diz serem tomadas “longe da realidade”.

A Confap tem informações de que muitas turmas terão mais de 30 alunos.

Recebe também queixas de encarregados de educação que ainda não sabem em que escolas conseguem colocar os alunos, o que Jorge Ascensão atribui a uma “deficiente comunicação” entre a escola e a família ou as restantes entidades entre si.

Do lado dos professores, as preocupações prendem-se com a defesa dos postos de trabalho, que sentem ameaçados por medidas como a constituição de grandes agrupamentos escolares, o aumento do horário para 40 horas semanais e a prova a que ficarão sujeitos para confirmar competências que afirmam ter adquirido com a obtenção de formação superior.

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